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CEO do Banco do Brasil (BBAS3) alerta para novo balanço ruim no próximo trimestre. Quando virá o ponto de inflexão?

Geovanne Tobias, diretor financeiro (CFO), e Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil (BBAS3).

Geovanne Tobias, diretor financeiro (CFO), e Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil (BBAS3).

Os problemas do Banco do Brasil (BBAS3) ainda não estão perto de acabar. Na verdade, a CEO, Tarciana Medeiros, acaba de alertar para uma nova decepção com o próximo balanço da instituição pública.

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“Para 2025, diria que neste terceiro trimestre ainda teremos um resultado mais estressado, porque julho, agosto e setembro são meses em que ainda há vencimentos de operações em nossa carteira, e temos clientes com essa característica que identificamos nos últimos 90 dias”, afirmou a CEO, em teleconferência com analistas na manhã desta sexta-feira (15).

Segundo a executiva, o BB deve começar a dar sinais de melhora a partir do quarto trimestre, já impulsionado pelo crescimento da margem financeira bruta.

“2025 é um ano de ajustes e de revisão de muitos processos. O resultado entre R$ 21 bilhões e R$ 25 bilhões previsto no guidance mostra um trabalho para entregarmos pelo menos o quarto ou quinto melhor resultado da história do Banco do Brasil. É um resultado aquém da nossa expectativa e do mercado, sabemos disso, mas é um resultado que mantém o balanço do banco robusto, mantém a empresa sustentável para que, adiante, a gente retome o crescimento de rentabilidade dos patamares vistos em anos anteriores”, disse Medeiros.

A CEO afirma que o Banco do Brasil "não está fugindo da realidade" e segue firme no propósito de geração de novas receitas, de diversificação de fontes de resultados, de trazer mais segurança com mitigação de risco para concessão de crédito, para, a partir de 2026, retomar o crescimento da rentabilidade.

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"Estamos agindo, sim, de forma rápida e estruturada, para buscar muito rápido a reversão desse quadro. Todas essas medidas não só mitigam o risco para este ano, mas preparam para a retomada desse crescimento a partir de 2026. O Banco do Brasil, assim como o nosso país, é feito a superação de ciclos, e nós já estamos preparados para retomar essa trajetória de crescimento no ano que vem."

Já o o diretor financeiro (CFO), Geovanne Tobias, afirmou que "não está de braços cruzados na agência esperando", mas que ainda não é o momento de falar em melhorias de resultado.

"Não espere uma rentabilidade perto do que entregava em 2024. Esse ano será uma rentabilidade em patamares low teens [de dois dígitos baixos], para buscar, em 2026, os níveis mid para high teens", disse Tobias. 

As expectativas do BB para o agronegócio

Na avaliação do vice-presidente do Banco do Brasil, Felipe Prince, dados os vencimentos relevantes na carteira de agronegócio e o atraso do Plano Safra, haverá pressão sobre a inadimplência do BB pelos próximos dois trimestres.

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A expectativa é que a nova estratégia mais conservadora de concessão para novos empréstimos no agronegócio, aliada à produção rural recorde em 2025, "ajude a depurar o portfólio" do BB para o ano que vem.

"Nosso esforço é para acelerar essas curvas. O que miramos hoje é que essa curva se encontre o quanto antes no início de 2026, para chegar próximo ao patamar de 2% a 2,5% de inadimplência no agro até o fim da safra, que acaba em junho de 2026", afirmou Prince.

Confira os destaques do balanço do Banco do Brasil (BBAS3) no 2T25:

Relembrando, na noite passada, o Banco do Brasil (BBAS3) decepcionou com um balanço fraco, abaixo até das expectativas já baixas do mercado. 

Não bastasse o tombo no lucro e a rentabilidade (ROE) mais baixa em décadas, o BB avisou que os dividendos aos investidores em 2025 serão menores.

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IndicadorResultado 2T25Projeções*Variação (a/a)Evolução (t/t)
Lucro líquido ajustadoR$ 3,784 bilhõesR$ 5,770 bilhões-60,2% -48,7%
ROE8,4%-13 p.p-8,23 p.p 
Provisões para perdas associadas ao risco de créditoR$ 94,7 bilhões+50,6%+6,6%
Margem financeira R$ 25 bilhões-1,9%+4,9%
Carteira de crédito ampliadaR$ 1,29 trilhão+11,2%+1,3% 

Os analistas do mercado avaliam que agronegócio, inadimplência e provisões pesaram nos resultados do trimestre — e os investidores devem reagir com cautela nesta sessão.

Confira aqui o que o mercado tem a dizer sobre o balanço do Banco do Brasil no 2T25.

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