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Camisaria Colombo: a queda de um ícone do varejo que já teve Arminio Fraga como sócio

Camisaria Colombo — Foto: Reprodução/Shopping Gurarapes

Camisaria Colombo — Foto: Reprodução/Shopping Gurarapes

A tradicional Camisaria Colombo acaba de se juntar à Ultrafarma e à Fastshop na lista de empresas de renome suspeitas de fraude fiscal no Estado de São Paulo.

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Agentes da Polícia Civil de SP cumpriram na manhã desta quinta-feira (21) mandados de prisão temporária contra os donos da Camisaria Colombo.

Eles são suspeitos de explorar uma vulnerabilidade no sistema da Secretaria da Fazenda para gerar créditos inexistentes e de movimentar somas milionárias de forma pulverizada em diversas contas bancárias.

A operação contra os donos da tradicional camisaria paulistana ocorre em um momento no qual a empresa centenária — que já teve investidores como o Gávea, fundo do ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, entre os sócios — tem diante de si uma dívida bilionária.

A história da Camisaria Colombo

Imigrante de origem libanesa, Aziz Jabur Maluf fundou a camisaria Colombo em 1917.

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No início, tratava-se de uma pequena loja de moda masculina na esquina das ruas Direita e Líbero Badaró, no centro de São Paulo.

A clientela, por sua vez, era de fino trato. As gravatas italianas, as camisas finas e os ternos confeccionados com tecidos importados da Inglaterra atraíram a elite paulistana da época.

Com o passar dos anos, a Colombo conquistou um público fiel e tornou-se referência em qualidade.

Por mais de sete décadas, a loja situada na região central da capital paulista foi o único ponto de venda da Camisaria Colombo.

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Em meio à degradação do centro de São Paulo, Álvaro Jabur Maluf Júnior, neto do fundador da Colombo, lançou um plano de expansão iniciado em 1990, com a abertura de uma loja no Shopping Ibirapuera.

Em meio à expansão, a Camisaria Colombo passou também a apostar em um novo público. Ao invés de atender exclusivamente clientes de alto poder aquisitivo, ela apostou na popularização.

Foi a primeira loja do ramo a lançar, no Brasil, kits promocionais com camisa, calça e sapatos com desconto.

Em 2014, a Camisaria Colombo chegou a contar com 434 em lojas espalhadas por 26 Estados brasileiros.

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Em meio à expansão, a rede de lojas recorreu a uma série de parcerias financeiras.

Uma delas envolveu o fundo Gávea, gerido por Arminio Fraga.

Em 2011, o Gávea injetou dinheiro para sustentar a expansão da companhia. O fundo chegou a deter 49,1% das ações da Camisaria Colombo.

A situação perdurou até 2019, quando a família Jabur, controladora da Colombo, recomprou as ações em poder do fundo. No mercado financeiro, esse costuma ser um sinal de que o investimento não deu certo.

Isso porque fundos como o do ex-banqueiro central Arminio Fraga costumam sair desse tipo de investimento na venda para um competidor ou na abertura de capital na bolsa.

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Camisaria Colombo em recuperação judicial

Logo em seguida, porém, uma combinação de dívida elevada, queda nas vendas no varejo como um todo e uma série de problemas operacionais levou os donos da Colombo a buscarem uma recuperação extrajudicial.

Sem acordo com credores, a tradicional camisaria entrou em recuperação judicial em 2020. A dívida reestruturada na ocasião era próxima de R$ 2 bilhões.

Até o momento, não consta que o processo tenha se encerrado.

Em meio à crise, a rede de lojas da Camisaria Colombo diminuiu pela metade, com fechamento de mais de 200 unidades.

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