Meta e Microsoft brilharam nesta quinta-feira (31) depois de resultados trimestrais que superaram as projeções de Wall Street: os ganhos de 12% e 4%, respectivamente, das ações das duas magníficas levaram o S&P 500 e o Nasdaq a renovarem recordes intradiários. Por isso, o sarrafo estava alto para Amazon e Apple, que divulgaram seus balanços depois do fechamento do mercado.
A fabricante de iPhone fez sua parte: entregou o maior crescimento de receita desde dezembro de 2021, e foi recompensada pelos investidores. Os papéis AAPL chegaram a subir cerca de 3% no after hours em Nova York.
A gigante do comércio eletrônico também fez a lição de casa, com lucro e receita maiores do que os analistas esperavam — só que, diferente da Apple, as ações AMZN foram castigadas no after hours em Nova York, com uma baixa que beirou 4%.
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Por que o mercado torceu o nariz para a Amazon
Para entender os motivos que fizeram o mercado torcer o nariz para a Amazon, é preciso olhar todas as linhas do balanço da varejista on-line.
No segundo trimestre, a Amazon obteve lucro líquido de US$ 18,16 bilhões, o que representou um aumento de 34,7% ante o mesmo período de 2024. O lucro diluído por ação ficou em US$ 1,68, ante US$ 1,26 no mesmo período de 2024 e acima da expectativa dos analistas de US$ 1,33.
Já as vendas líquidas da varejista totalizaram US$ 167,7 bilhões, 13% acima dos US$ 148 bilhões do mesmo trimestre de 2024 e acima das expectativas de US$ 162 bilhões.
E aqui está o primeiro ponto que desagradou o mercado: a receita da AWS, o segmento em nuvem da Amazon, atingiu US$ 30,8 bilhões, contra a expectativa de US$ 30,7 bilhões e dos US$ 26,2 bilhões no segundo trimestre do ano passado.
Embora tenha vindo ligeiramente acima do previsto, quando comparado com o segmento em nuvem de outras big techs, a performance deixa a desejar.
A rival Microsoft, por exemplo, informou na quarta-feira (30) que seus negócios com Azure geraram US$ 75 bilhões no ano fiscal de 2025, ajudando a catapultar seu valor de mercado para além da marca de US$ 4 trilhões no início do pregão de hoje. A Microsoft é a segunda empresa a atingir a marca, atrás da Nvidia.
A Alphabet, controladora do Google, também apresentou resultados sólidos, observando que a receita com a nuvem aumentou 32% e os pedidos de compra pendentes, ou compromissos de compra de clientes ainda não concretizados, subiram 38%.
Mas o ponto que realmente chamou atenção dos investidores foi o guidance para o terceiro trimestre.
A expectativa da Amazon é de que o lucro operacional fique entre US$ 15,5 bilhões e US$ 20,5 bilhões entre julho e setembro, em comparação com US$ 17,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024. Analistas projetam lucro operacional de US$ 19,49 bilhões para o período.
A varejista projetou vendas líquidas entre US$ 174 bilhões e US$ 179,5 bilhões, um crescimento entre 10% e 13% em comparação com o terceiro trimestre de 2024 e levemente acima dos US$ 173,27 bilhões projetados por analistas consultados pela FactSet.
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A receita recorde da Apple
A Apple, por sua vez, brilhou no terceiro trimestre fiscal de 2025, encerrado em junho, superando as expectativas de vendas do iPhone.
No período, a companhia registrou um lucro líquido de US$ 23,43 bilhões, enquanto o lucro ajustado por ação foi de US$ 1,57, acima da previsão dos analistas consultados pela FactSet de US$1,43.
A receita somou US$ 94,04 bilhões, também superando as expectativas de analistas, que esperavam US$ 89,30 bilhões.
A receita com iPhone atingiu US$ 44 bilhões, contra expectativas de US$ 39,8 bilhões. A receita de serviços chegou a US$ 27,4 bilhões. Wall Street buscava US$ 26,8 bilhões.
A receita com Mac chegou a US$ 8 bilhões, mas a do iPad e dos Wearables caiu na comparação anual para US$ 6,5 bilhões e US$ 7,4 bilhões, respectivamente.
As vendas da Apple na China atingiram US$ 15,3 bilhões. Wall Street esperava US$ 15,1 bilhões.
“Hoje, a Apple tem o orgulho de anunciar um recorde de receita no trimestre de junho, com crescimento de dois dígitos em iPhone, Mac e Serviços, além de crescimento em todo o mundo, em todos os segmentos geográficos”, disse o CEO Tim Cook em um comunicado.
Vale lembrar que esse resultado é alcançado em um momento no qual a Apple está lidando com uma série de problemas importantes. O presidente norte-americano, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre o iPhone, a menos que a Apple comece a produzi-los nos EUA.
Além disso, a companhia pode ter que lidar com o impacto do processo antitruste do Google sobre o acordo de US$ 20 bilhões por ano para usar a busca como opção padrão no navegador Safari e na Siri.
A Apple também enfrenta críticas constantes pela lenta implementação de inteligência artificial (IA).