Você já ouviu falar da “Mexican Coke”? Nos Estados Unidos, ela virou uma queridinha entre os fãs mais nostálgicos da marca.
Adoçada com açúcar de cana e vendida em garrafas de vidro, essa versão é considerada mais fiel à fórmula original da Coca-Cola e conquistou um público fiel justamente por isso. Agora, esse sabor clássico está prestes a ganhar uma rival feita em solo americano.
A novidade foi anunciada no relatório de resultados trimestrais da companhia, divulgado nesta terça-feira (22), e chega pouco depois de uma pressão pública do presidente Donald Trump.
Na semana passada, Trump publicou em sua rede social, a Truth Social, que havia conversado com executivos da Coca-Cola sobre “usar AÇÚCAR DE CANA DE VERDADE nos EUA”, e eles concordaram em fazer isso.
“Vai ser um ótimo movimento, vocês verão. É simplesmente melhor!”, escreveu o republicano.
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Sem confirmar diretamente a influência da declaração, a empresa agradeceu o “entusiasmo” do presidente e limitou-se a dizer, em nota oficial, que a nova fórmula faz parte de sua “agenda contínua de inovação”.
A nova Coca-Cola com açúcar de cana será lançada no outono americano, entre setembro e dezembro. A empresa ainda não divulgou imagens do produto, nem confirmou se ele será uma edição limitada ou uma substituição definitiva da fórmula atual.
Segundo comunicado da marca, a nova versão servirá para “expandir a linha Coca-Cola Trademark” e oferecer mais opções aos consumidores.
Xarope de milho vs. açúcar de cana
A mudança no adoçante pode parecer sutil, mas para muitos consumidores ela é significativa.
O xarope de milho, popularizado nos EUA por ser mais barato, tem um perfil de sabor diferente e é frequentemente associado a um gosto mais doce e artificial.
Já o açúcar de cana costuma ser visto como mais “natural” e próximo do sabor original da Coca-Cola criada em 1886. A diferença gerou uma legião de fãs da versão mexicana, muitos dos quais chegam a pagar mais caro por garrafas importadas vendidas em mercados especializados nos Estados Unidos.
Sabor com bandeira
Para além do gosto, o lançamento também carrega uma dose de política.
A defesa do “açúcar de verdade” nos refrigerantes virou mais um dos temas simbólicos da campanha de Donald Trump, que tenta reforçar uma imagem de proteção à produção agrícola nacional, e rejeição a insumos associados a grandes indústrias, como o xarope de milho.
A aposta da Coca-Cola, portanto, não mira só o paladar: mira também o eleitorado.
Se será só um refresco de campanha ou o início de uma mudança duradoura, só o tempo — e o gosto do público — dirá.
*Com informações do jornal O Globo