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Após lucro abaixo das expectativas, ações do Mercado Livre (MELI34) sobem mais de 4%; entenda o vai e vém do mercado

Mercado Livre (MELI34).

Montagem com avião do Mercado Livre (MELI34), sob um fundo de gráficos subindo.

Crescer dói. Todo mundo lembra das fases desconfortáveis da adolescência, quando amadurecer exigia atravessar alguns tropeços. Segundo analistas, o que aconteceu com o Mercado Livre (MELI34) não foi muito diferente e os resultados desapontadores do segundo trimestre de 2025 (2T25) não significam, necessariamente, que a recomendação de compra tenha mudado.

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Nesta terça-feira (5), analistas do setor financeiro colocaram seus diagnósticos no papel. Depois de abrir o pregão em queda, os papéis MELI34 viraram o jogo e passaram a subir, revertendo parte das perdas da véspera.

Após o fechamento dos mercados as ações registraram uma alta de 4,35%.

Um dos motivos do pessimismo foi o lucro líquido ajustado do Meli, que ficou em US$ 523 milhões, uma queda de 1,5% em relação ao mesmo período do ano passado. O número veio 17% abaixo da projeção do BTG Pactual e 12% menor do que a estimativa do Itaú BBA, por exemplo.

No entanto, os números negativos esconderam indicadores promissores, que só foram digeridos ao longo do dia.

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Apesar do baque, analistas seguem confiantes e apontam ampliação do frete grátis no Brasil, que impulsionou as vendas, mas também afetou as margens, como ponto de destaque.

Outro indicador foi a receita líquida no período foi de US$ 6,8 bilhões, alta de 34% na comparação anual e acima das estimativas de US$ 6,7 bilhões. O volume bruto de mercadorias (GMV) aumentou 37% em base neutra de câmbio.

Enfrentando a concorrência

Depois da decepção imediata com os números, o mercado passou a olhar para a estratégia. O trimestre marcou uma virada de postura do Meli frente à ofensiva da Shopee e da Temu, especialmente no Brasil.

A política de frete grátis para compras a partir de R$ 19, lançada em junho, acelerou o número de itens vendidos (+34%) e impulsionou o GMV (volume bruto de mercadorias), que avançou 29% no país no trimestre, em moeda local.

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Para a Genial Investimentos, a decisão foi certeira para elevar o engajamento e manter a fatia de mercado em categorias de menor valor, onde a briga com plataformas estrangeiras como TikTok Shop, Shein, Shopee e AliExpress é mais acirrada.

“O custo veio na forma de um Ebit (lucro antes de juros e impostos) levemente abaixo do esperado, dado o aumento nos gastos com marketing e a diluição de despesas fixas que ainda não encontrou um ponto de equilíbrio — e nem esperamos que encontre em 2025. Ainda assim, essa é uma compressão de margem opcional, reversível e completamente estratégica”, avaliou a Genial.

A base de compradores únicos ativos chegou a 70,8 milhões, alta de 25% — o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2021. O engajamento também aumentou e o número médio de itens comprados por usuário subiu 5%, para 7,8.

Tudo isso sem perder eficiência logística: 52% das entregas foram feitas no mesmo dia ou no dia seguinte, um avanço de 28% ano contra ano.

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A Genial defende que o Meli segue no caminho certo, mesmo com as dores do crescimento. A compressão de margem operacional de 2,1 pontos percentuais no trimestre, que levou o Ebit a US$ 825 milhões, veio acompanhada de uma alta de 26% no número de itens vendidos, mesmo com uma base de comparação desafiadora.

Mercado Livre ainda é gigante no setor

Para o Safra, o Mercado Livre segue como o maior operador de e-commerce da América Latina, com forte crescimento de receita e ganho de participação. 

Mesmo com a queda no Ebit e no lucro líquido, os analistas veem com bons olhos a evolução do Mercado Pago, especialmente na frente de cartões de crédito.

O banco destacou que a receita ficou 4% acima das estimativas, impulsionada pelo avanço do e-commerce em quase todas as regiões, com exceção da Argentina, e pelo bom desempenho do Mercado Pago.

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“Acreditamos que o momento pode oferecer oportunidades atrativas de entrada nas ações. Além disso, a companhia segue gerando forte fluxo de caixa, sustentando investimentos na plataforma e suportando ganhos contínuos de participação de mercado”, afirma o Safra.

No BTG Pactual, apesar do resultado financeiro ter vindo abaixo do esperado, os números operacionais reforçam os esforços para expandir o ecossistema do Meli, ampliar o crédito e acelerar a estratégia logística.

“Mantemos uma postura estruturalmente positiva em relação ao Mercado Livre, apoiada por sua densidade logística superior, integração com fintechs e efeitos de rede entre compradores e vendedores, tudo reforçado pelos números do segundo trimestre”, apontaram os analistas.

Ainda assim, o BTG reconhece que o mercado agora vai buscar sinais de que os investimentos poderão se traduzir em crescimento sustentável e margens melhores ao longo do tempo, como já aconteceu em ciclos anteriores.

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*Com informações do Money Times

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