Você pagaria R$ 160 mil (US$ 30 mil) por um quilo de café? Foi exatamente esse valor que um lote de café arábica especial da fazenda La Esmeralda, em Boquete, no Panamá, alcançou no início de agosto, no leilão anual Best of Panama.
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No início de agosto, a empresa Julith Coffee, de Dubai, pagou mais de R$ 3,3 milhões (US$ 604 mil) por 20 kg do grão, estabelecendo um novo recorde mundial.
Enquanto isso, no Brasil, os preços dão sinais de recuo depois de um incômodo ciclo de um ano e meio de alta. O preço do café moído e torrado caiu 1,01% em julho, segundo o IPCA. Foi a primeira queda desde dezembro de 2023.
Ainda assim, o preço continua alto: inflação acumulada de 70,51% em 12 meses. Dados da Abic mostram que em junho deste ano o quilo do café custava R$ 66,70, ante R$ 34,46 no mesmo período de 2024.
Queda do preço do café no Brasil reflete supersafra e efeito antecipado das tarifas
O Dieese aponta que, mesmo antes da aplicação oficial das tarifas de 50% impostas pelos EUA, cidades como Fortaleza, Belo Horizonte e Teresina registraram queda nos preços internos.
Em Fortaleza, por exemplo, 300 gramas do café passaram de R$ 22,24 em junho para R$ 21,74 em julho, uma retração de 2,25%.
A Fipe confirma a tendência, indicando queda de 0,18% no preço do café em pó, a primeira em 16 meses.
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De um lado, as sobretaxas impostas pelo EUA colocam em risco a estabilidade da da cadeia de suprimentos. Além disso, o aumento da demanda por parte da China coloca pressão sobre os preços.
Em contrapartida, a supersafra do grão e a desaceleração da inflação trazem algum alívio para o bolso dos consumidores brasileiros — mesmo enquanto cafés especiais continuam batendo recordes milionários em leilões internacionais.