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Sob pressão das tarifas de Trump, bolsas em Nova York caem mais de 1%; Ibovespa recua 0,48% e dólar baixa a R$ 5,5456

Silhueta de Donald Trump pegando fogo com bandeira dos EUA no fundo.

A sexta-feira poderia ser 13 diante da performance do mercado, que começou agosto no vermelho. Assim como no dia 3 de abril, quando as bolsas sentiram os efeitos do Dia da Libertação — data marcada pelo primeiro anúncio das tarifas recíprocas por Donald Trump — o presidente norte-americano voltou a fazer um estragos com a reedição da taxação. 

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Na noite anterior, a Casa Branca publicou uma lista com tarifas a quase 70 países e que deve entrar em vigor em sete dias — você pode conferir a tabela aqui. As taxas, que variam de 10% a 41%, foram ajustadas seguindo os acordos comerciais que os EUA fecharam com seus parceiros nas últimas semanas. 

O Brasil, por exemplo, aparece com uma tarifa recíproca de 10%, a mesma publicada no Dia da Libertação. Essa taxa se soma aos 40% anunciados posteriormente pelo governo norte-americano, elevando os impostos aos produtos brasileiros para 50%. 

Vale lembrar que nesta semana Trump assinou um decreto oficializando a taxação sobre o Brasil, mas que trouxe centenas de exceções. 

As bolsas reagiram mal à publicação da nova lista de tarifas. Por aqui, o Ibovespa passou toda a manhã fora do ar por problemas técnicos, segundo a B3. O principal índice da bolsa brasileira retornou no início da tarde e encerrou o dia com queda de 0,48%, aos 132.437,39 pontos.

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No mercado de câmbio, o dólar à vista recuou 0,99%, cotado a R$ 5,5456.  

Bolsas nos EUA, na Europa e na Ásia despencam

Em Wall Street, a situação foi de caos. O Dow Jones acelerou as perdas no início da tarde e recuou mais de 500 pontos para fechar o dia em baixa de 1,23%, enquanto S&P 500 e Nasdaq tiveram queda de 1,60% e 2,24%, respectivamente.

Nem mesmo o relatório de emprego (payroll) de julho conseguiu conter as perdas das bolsas de Nova York, provocadas pelas incertezas tarifárias.  

No mês passado, a economia norte-americana criou 73 mil vagas, bem abaixo da estimativa de consenso de economistas consultados pela Dow Jones, que previa uma abertura de 100 mil postos de trabalho. 

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Para agravar a situação, os meses anteriores foram significativamente revisados para baixo. A criação de empregos em junho totalizou apenas 14 mil, ante 147 mil contabilizados anteriormente. A contagem de maio caiu de 125 mil para 19 mil, sinalizando que o mercado de trabalho vem se enfraquecendo há algum tempo.

Os dados aumentam as chances de o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) agir mais cedo do que o esperado para cortar os juros e impulsionar a economia.

Os traders estimam a probabilidade de um corte de juros em setembro em 63% após os números do payroll, de acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group — uma reversão em relação à quarta-feira (30), quando as chances despencaram depois que o presidente do Fed, Jerome Powell, sinalizou que o banco central norte-americano precisa esperar e avaliar o impacto das tarifas na inflação antes de cortar a taxa, atualmente na faixa entre 4,25% e 4,50% ao ano.

Na Europa, o cenário também foi de fortes perdas. Por lá, as bolsas ampliaram ainda mais a queda na última hora de negociação, com o índice de referência Stoxx 600 terminando o dia em queda de 1,89%.

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A bolsa de Frankfurt caiu 2,66%, a bolsa de Londres baixou 0,70% e a bolsa de Paris recuou 2,91%.

Na Ásia, os mercados encerraram o dia em baixa. O índice Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,07%, fechando em 24.507,81 pontos, enquanto o índice CSI 300, da China continental, recuou 0,51%, aos 4.045,93 pontos.

O índice de referência Nikkei 225 do Japão recuou 0,66%, a 40.799,60 pontos, enquanto o índice Topix, mais amplo, avançou 0,19%, a 2.948,65 pontos.

Enquanto isso, o índice Kospi da Coreia do Sul baixou 3,88%, fechando em 3.119,41 pontos, enquanto o índice de pequena capitalização Kosdaq despencou 4,03%, a 772,79 pontos.

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