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Em recuperação surpreendente, Ibovespa vira o jogo e sobe; Embraer (EMBR3) dispara mais de 10% e dólar avança a R$ 5,5892

Montagem do real no mapa dos EUA e uma placa com Ibovespa e setas apontando para cima

Todos os elementos para o Ibovespa terminar o dia no vermelho estavam em campo: o prazo para as tarifas dos EUA cada vez mais perto, Nova York em queda depois da decisão do Federal Reserve (Fed) sobre os juros e a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) sem previsão de corte da Selic. Mas nos 45 do segundo tempo o jogo virou e o principal índice da bolsa brasileira subiu forte rumo ao fechamento. 

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Ao contrário do que acontece no futebol, não foi o calor da torcida que ajudou o Ibovespa a inverter o sinal e terminar o dia com alta de 0,95%, aos 133.989,74 pontos. A confirmação do decreto do governo norte-americano com a sobretaxa de 50% aos produtos importados brasileiros deu o gás para o índice na reta final do pregão de hoje. 

A medida trouxe com ela a notícia de que a tarifa, prevista para entrar em vigor na sexta-feira, dia 1 de agosto, foi adiada em mais sete dias, passando a 6 de agosto. 

Além disso, o documento também detalha setores e empresas que serão poupados da taxa — o que fez a Embraer disparar. Os papéis EMBR3 terminaram a sessão de hoje com alta de 10,93%, cotados a R$ 76,25. 

O câmbio também sentiu os efeitos do detalhamento da taxação de Donald Trump ao Brasil, perdendo um pouco do fôlego da manhã. O dólar à vista terminou o dia com alta de 0,35%, cotado a R$ 5,5892. 

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A decisão de Trump sobre a taxação do Brasil

O governo norte-americano anunciou hoje a imposição de uma tarifa adicional de 40% sobre artigos produzidos no Brasil, elevando o total para 50%.

 A medida foi justificada por uma nova emergência nacional, que Trump declarou com base na Lei dos Poderes Econômicos de Emergência Internacional de 1977 (IEEPA, na sigla em inglês).

A Casa Branca, porém, estabeleceu uma lista extensa de produtos brasileiros que não serão taxados, entre eles suco de laranja, celulose, gás natural liquefeito e algumas categorias de petróleo.

Entre as exceções elencadas pelos EUA para a tarifa de 50% para produtos produzidos no Brasil a partir de 6 de agosto estão 46 classes de produtos siderúrgicos voltados à indústria da aviação civil.

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A longa lista de itens brasileiros isentos traz duas classes de produtos: uma geral e outra direcionada somente à indústria aeronáutica — nesta estão incluídos os produtos siderúrgicos. Estão entre eles tubos, canos e aços ligados, por exemplo. Arames e fios de cobre também entraram na exceção tarifária.

Não à toa, ações como a da Suzano (SUZB3) inverteram o sinal e fecham o dia com alta de 0,64%, a R$ 51,18. WEG (WEGE3) também foi outro papel que passou a subir e terminou a sessão com ganhos de 0,87%, a R$ 36,93, junto com Gerdau (GGBR4), que avançou 1,62%, a R$ 16,98. 

Além de Embraer, que liderou os ganhos do Ibovespa hoje, Pão de Açúcar (PCAR3) apareceu em segundo lugar o pódio, com alta de 5,80%, e Magazine Luiza (MGLU3) ocupou a terceira posição, com ganho de 5,16%. 

Na ponta negativa do índice, Engie (EGIE3) recuou 2,39%, seguida de Vale (VALE3) e Raia Drogasil (RADL3), com perdas de 1,95% e 1,92%, respectivamente. 

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Ibovespa sobe, mas Nova York não

Dessa vez o Ibovespa descolou das bolsas de Nova York, que fecharam em queda hoje na esteira da decisão de política monetária do Fed

A indicação do presidente do banco central norte-americano, Jerome Powell, de que ainda não há uma decisão tomada sobre o corte de juros em setembro deixou os investidores em Wall Street de mau humor. Confira aqui a decisão completa do Fed, que manteve a taxa básica na faixa entre 4,25 e 4,50% ao ano.

O Dow Jones caiu 0,38%, fechando aos 44.461,28 pontos. O S&P 500 recuou 0,12%, encerrando aos 6.362,92 pontos, enquanto o Nasdaq foi a exceção, com alta de 0,15%, aos 21.129,67 pontos.

O Commerzbank pontuou que o Fed não sinalizou alívio monetário em setembro, mas o banco alemão ainda acredita que em um corte no próximo encontro. O holandês ING, por sua vez, só acredita que haverá flexibilização em dezembro. Enquanto a britânica Capital Economics avalia que a política monetária seguirá inalterada até o fim do ano. 

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