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Dono de prédio histórico, FII Edifício Galeria (EDGA11) apanha na bolsa após levar calote e suspender dividendos — mas suas dores de cabeça são antigas; entenda

Edifício Galeria, único ativo presente na carteira do fundo imobiliário EDGA11

Edifício Galeria, único ativo presente na carteira do fundo imobiliário EDGA11

No mercado financeiro, analistas alertam que nem sempre a queda da cotação de um ativo é oportunidade de compra. Afinal, o fundo do poço sempre pode ter um alçapão.

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O Edifício Galeria (EDGA11) parece estar vivendo essa situação. O fundo imobiliário acumula queda de mais de 71% desde que iniciou as negociações em bolsa. E, nesta sexta-feira (25), o cenário não é diferente. Por volta das 15h50, o EDGA11 apresentou queda de mais de 1,70%.

O mau humor dos investidores com o FII é motivado por uma série de inadimplências que vem pesando no bolso. Segundo fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários, o EDGA11 suspendeu o pagamento de dividendos deste mês.

Isso porque o fundo deixou de receber aluguéis de alguns locatários e precisou arcar com obrigações financeiras, como condomínio, IPTU e custas judiciais.

De acordo com o comunicado, como consequência, não haverá resultado em caixa disponível para distribuição de rendimentos “até que o prejuízo gerado pela inadimplência seja integralmente compensado”, afirmou a BTG Pactual Serviços Financeiros, administradora do FII.

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Além disso, apurou um prejuízo de R$ 885.247,45, o que representa um impacto negativo de R$ 0,23 por cota.

A administradora informou que já tomou medidas para reaver os valores devidos, com ações de cobrança e despejo.

EDGA11: uma longa dor de cabeça

Não é de hoje que o EDGA11 vem causando dores de cabeça para os cotistas. O FII já enfrentou problemas de inadimplência em diversos períodos.

Durante a pandemia, em 2020, além de sofrer com a falta de pagamentos de aluguéis em razão da crise, o FII também viu a vacância aumentar, atingindo 30%.

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Porém, passados três anos desde o fim da emergência global, o EDGA11 ainda apresenta uma taxa de vacância de 23,55%.

Em fevereiro deste ano, o fundo imobiliário voltou a informar o não recebimento de aluguéis. Na ocasião, o impacto foi de aproximadamente R$ 0,02 por cota.

Além disso, em março, o FII também comunicou a inadimplência de algumas locatárias, com o mesmo efeito negativo.

O que acontece com o EDGA11?

As dificuldades do EDGA11 vêm do fato de o fundo ser proprietário de um único imóvel, o Edifício Galeria, antiga Galeria SulAmérica, prédio histórico que passou por retrofit, localizado no Centro da cidade do Rio de Janeiro.

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O imóvel conta com oito pavimentos de lajes corporativas, cinco lojas, dois restaurantes com área de convivência, além de um centro de compras, distribuído entre o térreo e o subsolo.

Atualmente, o EDGA11 conta com pouco mais de quatro mil cotistas e apresenta um patrimônio líquido de mais de R$ 179 milhões.

Apesar de ter múltiplos inquilinos — o que ajuda a reduzir um pouco o risco —, ter um único ativo no portfólio amplia a exposição do FII a uma alta taxa de vacância.

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