Julho parece ter durado uma eternidade. Com uma temporada de balanços e as tarifas de 50% de Donald Trump sobre o Brasil, o Ibovespa teve um mês bastante movimentado.
No último mês, o principal índice da bolsa brasileira recuou 4%, aos 133.071 pontos.
Curiosamente, os melhores desempenhos de julho foram de empresas que possuem algum “rolo” em relação a fusões e separações — ou, no caso, de se separar de vez da B3.
Na ponta dos azarados do mês, estão as companhias listadas que sofreram pelo timing e por declarações que os investidores parecem ter levado para o coração.
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As ações com os melhores desempenhos
Abram alas para as ações ganhadoras de julho. Neste mês, as disparadas não aconteceram em um setor específico, com empresas de varejo, energia, saúde e siderurgia ocupando o top 5.
Como o spoiler já foi dado, todas as empresas da lista passam por algum imbróglio em relação ao controle e participação acionária — não sendo necessariamente o motivo das altas.
Em primeiro lugar ficou o Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), com alta de 14,29%. O mês foi marcado para a rede de supermercados pelo avanço da família Coelho Diniz na participação da companhia, passando a deter 17,7% das ações da empresa.
Em segundo lugar ficou a Brava (BRAV3), que foi impulsionada pela alta dos preços do petróleo no mercado global.
Já o Fleury (FLRY3) ocupa o terceiro lugar, com um mês movimentado, após entrar em negociação com a Rede D’Or (RDOR3) para uma possível combinação de negócios.
Por fim, fechando o top 5, a CSN (CSNA3) e a Usiminas (USIM5) encerraram o mês puxadas pela alta do minério de ferro e do aço, enquanto ainda há incertezas em relação à guerra comercial entre EUA e China.
Confira as cinco maiores altas de julho no Ibovespa
- Grupo Pão de Açúcar (PCAR3), com 14,29%;
- Brava Energia (BRAV3), com 13,45%;
- Fleury (FLRY3), com 10,22%;
- CSN (CSNA3), com 7,80%;
- Usiminas (USIM5), com 6,31%.
As ações com os piores desempenhos
Na ponta oposta, a lista neste mês é encabeçada pelo Magazine Luiza (MGLU3), que está em queda desde que o CEO, Fred Trajano, estimou o faturamento da varejista em R$ 70 bilhões em 2025.
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Com todo o frenesi causado pela declaração, a empresa se pronunciou, afirmando que a fala foi “meramente uma referência baseada no faturamento esperado pelo consenso dos analistas” que cobrem as ações da companhia.
Em segundo no top “maldito”, está a Yduqs (YDUQ3), cujo tombo parece estar ligado com a mudança repentina no comando da empresa, que era esperada, mas não da forma como foi anunciada.
Na esteira vem a Natura (NATU3), que teve um mês afetado pela finalização do processo de incorporação da Natura &Co e estreou na bolsa brasileira com novo ticker.
Em seguida aparece a Azzas 2154 (AZZA3), que foi afetada pelo potencial impacto do tarifaço de Trump, além de dúvidas (ainda) sobre a integração dos negócios de Arezzo&Co e Grupo Soma.
Na lanterna do ranking dos piores desempenhos de julho está a Smart Fit (SMFT3), que também teve o papel afetado pelas declarações do CFO da rede de academias em um evento fechado.
A fala se referia ao desempenho de sua operação no México, especificamente à captação de alunos abaixo do padrão histórico, considerando o mesmo período nos anos anteriores à pandemia.
Confira as cinco maiores quedas de julho no Ibovespa
- Magazine Luiza (MGLU3), com 28,32%;
- Yduqs (YDUQ3), com 21,53%;
- Natura (NATU3), com 18,28%;
- Azzas 2154 (AZZA3), com 17,02%;
- Smart Fit (SMFT3), com 16,59%.