Mesmo depois de uma escalada de quase 55% na B3 desde o início do ano, o Assaí (ASAI3) ainda tem espaço para subir mais. Mais especificamente, potencial para uma valorização superior a 60%, nas previsões do BB Investimentos (BB-BI).
Os analistas do banco decidiram elevar o preço-alvo das ações ASAI3 de R$ 12 para R$ 14 por ação, mantendo a recomendação compra para a rede atacadista.
Segundo o BB-BI, o valuation da companhia foi revisado para incorporar os resultados do primeiro semestre de 2025 e o cenário macroeconômico atual.
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Por trás da visão otimista para o Assaí (ASAI3)
É verdade que as ações do Assaí acumulam uma alta robusta neste ano, superando inclusive o Ibovespa, que subiu 18,2% desde janeiro, e o Índice de Consumo da bolsa (ICON), com valorização de 17% no mesmo período.
Mas, para o BB-BI, esse desempenho reflete justamente o cenário mais positivo para as redes de supermercados, impulsionado por um mercado de trabalho resiliente e pela queda da inflação de alimentos nos últimos 12 meses.
Além disso, a companhia segue comprometida a reduzir seu nível de endividamento e tem mantido sua participação de mercado, mesmo em um cenário de crescimento de receita tímido, disseram os analistas.
Embora o segundo semestre do ano siga mais difícil, devido à política monetária restritiva, o BB Investimento projeta que a menor inflação de alimentos e o aumento da renda familiar devem favorecer o segmento supermercadista.
“A companhia segue com uma operação sólida e com boas perspectivas, de modo que, em nosso valuation, esperamos para os próximos anos melhoria gradual de receita e rentabilidade”, disse o banco, em relatório.
Riscos do processo contra o Casino no GPA (PCAR3)
Na avaliação do BB-BI, há um fator que deve trazer volatilidade para o Assaí (ASAI3): o processo contra o Casino envolvendo o Pão de Açúcar (GPA; PCAR3).
Vale lembrar que, no fim de setembro, a companhia entrou com medida cautelar para se proteger de impactos de uma eventual saída do ex-controlador Casino do GPA (PCAR3). Para isso, a rede de atacarejo pediu à Justiça o bloqueio de todas as ações do Pão de Açúcar detidas pelo grupo francês.
A razão do movimento do Assaí é evitar ter de arcar com dívidas tributárias do GPA — empresa da qual já fez parte, mas se separou em 2020 —, com valor aproximado de R$ 36 milhões, após cobranças da Receita Federal e Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), que tentam atribuir responsabilidade solidária à rede por passivos tributários.
Apesar da volatilidade provocada pelo caso, o BB-BI não identifica riscos financeiros imediatos, uma vez que não há necessidade de provisões, e o GPA tem colaborado com custeio de honorários advocatícios.
*Com informações do Money Times.