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Lula compara ataques de Israel à Gaza ao Holocausto e diz que irá esperar conclusões de legistas para comentar morte de opositor de Putin

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em seu último dia de viagem pela África, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou temas sensíveis para a diplomacia internacional neste domingo (18), como a guerra entre Israel e o Hamas e a morte de Alexei Navalny.

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As falas foram consideradas polêmicas e provocaram duras críticas da oposição. Vale relembrar que o presidente volta hoje ao Brasil, mas participou de uma entrevista coletiva em na capital da Etiópia antes de deixar o continente africano.

No mesmo dia em que os ataques de Israel à Faixa de Gaza deixaram ao menos 18 mortos — segundo informações da Associated Press , Lula comparou o conflito ao Holocausto, genocídio perpetrado pela Alemanha nazista no qual milhões de judeus foram perseguidos, presos e mortos.

"O que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás existiu quando Hitler resolveu matar os judeus", declarou ele.

O presidente defendeu ainda que não há uma guerra em curso em Gaza, e sim um genocídio: "Não é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um exército altamente preparado e mulheres e crianças."

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A fala rendeu duras críticas do Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Betanyahu. "As palavras do presidente do Brasil são vergonhosas e graves. Comparar Israel ao Holocausto é cruzar uma linha vermelha. Israel luta pela sua defesa e pela garantia do seu futuro até à vitória completa e fá-lo ao mesmo tempo que defende o direito internacional", escreveu ele em uma postagem no X, antigo Twitter.

O premiê contou ainda que, junto com o chanceler de Israel, decidiu convocar imediatamente o embaixador brasileiro no país para uma "dura conversa de repreensão".

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Falas de Lula viram alvo da oposição

A fala também foi compartilhada pelo líder da minoria no Senado, Ciro Nogueira (PP), em postagens no X. Nogueira afirmou que o Holocausto é "incomparável" e pediu desculpas aos judeus em nome dos brasileiros.

A declaração de Lula também foi alvo de críticas de outro senador, Rogério Marinho (PL). Líder da oposição na Casa, Marinho atribuiu a comparação a "rasgos de senilidade, maldade deliberada e ignorância histórica". "O Brasil voltou... padrão PT", disse ele.

Lula diz que vai esperar legistas para falar sobre morte de opositor de Putin

Mais tarde, o senador voltou a utilizar as redes sociais para criticar outra fala de Lula na mesma coletiva, desta vez sobre a morte de Alexei Navalny, o opositor de Putin que denunciou a corrupção na Rússia.

O mais conhecido líder da oposição ao presidente russo morreu na última sexta-feira (15), aos 47 anos. Navalny estava preso em uma colônia penal em Kharp, a cerca de 1.900 quilômetros a nordeste de Moscou, e "se sentiu mal" após uma caminhada, de acordo com as autoridades russas.

A justificativa não convenceu a família de Navalny e líderes ocidentais. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por exemplo, atribuiu o falecimento a "Putin e seus capangas".

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Já Lula, que demorou dois dias para se pronunciar sobre o tema, disse que irá aguardar o fim das investigações antes de opinar. "Vamos acreditar que os médicos legistas vão dizer para fazer um julgamento. Se não você julga agora que foi alguém que mandou matar e não foi, depois você vai pedir desculpas?”, argumentou.

Vale relembrar que a Rússia e o Brasil são parceiros comerciais e também integram juntos o grupo de economias em desenvolvimento Brics.

Para Roberto Marinho, a postura de Lula relativiza a morte do principal opositor russo, ocorrida na prisão do estado. "Lula sendo Lula. Democracia relativa, visão relativa, moral distorcida. Padrão PT", escreveu ele em outra postagem no X.

*Com informações do Broadcast

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