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Eleições municipais 2024: Bolsonarismo e centro-direita mostram força nas prefeituras e elegem sete dos dez vereadores mais votados do país 

Eleições Municipais 2024 mostram força do Bolsonarismo

Eleições Municipais 2024 mostram força do Bolsonarismo

O primeiro turno das eleições municipais de 2024 chegou ao fim na noite do último domingo (6) e confirmou um segundo confronto entre os candidatos em 15 capitais pelo país. Naturalmente, com a celeridade da apuração, já é possível tirar algumas reflexões sobre o cenário que se desenha. 

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Isso porque as eleições mostraram uma presença cada vez maior de partidos e candidatos alinhados à direita do espectro político, enquanto o campo da chamada esquerda vem perdendo força — e isso vale tanto para vereadores quanto para prefeitos. 

Por exemplo, na lista dos dez vereadores mais votados do país, apenas três são de partidos de esquerda (PT e PSOL), enquanto os demais são de siglas identificadas com a direita ou centro-direita (PL, Podemos, PP e União Brasil). Veja: 

  1. Lucas Pavanato (PL) - São Paulo: 161.386 votos
  2. Carlos Bolsonaro (PL) - Rio de Janeiro: 130.480 votos
  3. Ana Carolina Oliveira (Podemos) - São Paulo: 129.563 votos
  4. Dr. Murillo Lima (PP) - São Paulo: 113.820 votos
  5. Sargento Nantes (PP) - São Paulo: 112.484 votos
  6. Amanda Paschoal (PSOL) - São Paulo: 108.654 votos
  7. Rubinho Nunes (União Brasil) - São Paulo: 101.549 votos
  8. Luna Zarattini (PT) - São Paulo: 100.921 votos
  9. Luana Alves (PSOL) - São Paulo: 83.262 votos
  10. Dra Sandra Tadeu (PL) - São Paulo: 74.511 votos

Vale lembrar que a cidade de São Paulo é o maior colégio eleitoral do país, o que explica diversos candidatos entre as maiores votações.

Eleições mostram força do bolsonarismo — com toques de Marçal

Lucas Pavanato (PL) foi o vereador mais votado da cidade de São Paulo e de todo o Brasil nas eleições do último domingo.

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Aos 26 anos, ele assume o cargo pela primeira vez e  afirmou que pretende propor projetos baseados nos valores conservadores que o elegeram e provocou, dizendo que a oposição terá que "aguentar" seu estilo de fazer política.

O agora vereador também apoiou a candidatura de Pablo Marçal (PRTB) à Prefeitura de São Paulo, fazendo diversas publicações em suas redes sociais em favor do ex-coach durante a campanha.

Próximo do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), a quem classifica como "grande amigo", Pavanato disse que planeja reproduzir o estilo do parlamentar mineiro em São Paulo, mobilizando o eleitorado de direita em torno de temas importantes para esse segmento.

Já no Rio de Janeiro, Carlos Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi o vereador mais votado da cidade. O filho "02" de 41 anos do ex-presidente segue para o sétimo mandato consecutivo na Câmara Municipal carioca. Desde 2000, Carlos emenda mandatos consecutivos no Legislativo municipal do Rio.

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Desde a posse de Carlos, todos os filhos do ex-presidente com idade suficiente para disputar cargos eletivos adentraram na carreira política: Flávio, senador pelo Rio, Eduardo, deputado federal por SP, e Jair Renan, eleito ontem, vereador de Balneário Camboriú (SC). 

Destaques à esquerda

A vereadora mais votada do campo da esquerda foi Amanda Paschoal pelo PSOL e é considerada uma herdeira política da deputada federal Erika Hilton, do mesmo partido. 

Assim como Hilton, a vereadora psolista também é transsexual e recebeu o dobro de votos que Erika obteve na eleição de 2020. Aos 32 anos, Amanda Paschoal é ativista e educadora e compõe a bancada de seis vereadores do PSOL na Câmara de São Paulo. 

Ainda na capital paulista, o PT se consolidou como a maior sigla com oito vereadores eleitos, mantendo o mesmo número de parlamentares da eleição de 2020. O PSOL também manteve sua presença elegendo o mesmo número de vereadores. 

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No Rio de Janeiro, PT e PSOL têm quatro vereadores cada, sendo as maiores siglas de esquerda da Câmara carioca. 

Eleições municipais: prefeituras

Por fim, a esquerda também não está tão forte nas eleições para o executivo municipal. Há uma predominância de partidos de direita ou centro-direita disputando as eleições no segundo turno — e, quando a esquerda aparece, há poucas chances de levar a prefeitura. 

Um dos casos mais emblemáticos é a eleição para Fortaleza (CE), onde o candidato do PT, Evandro Leitão, e o candidato do PL, André Fernandes, reeditam a disputa de legendas de Bolsonaro e Lula em 2022. 

Outra votação que chamam a atenção é o da eleição de Porto Alegre (RS), em que o segundo turno acontecerá entre Sebastião Melo, do MDB, e Maria do Rosário, um dos quadros históricos do PT.

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De acordo com a pesquisa Quaest, publicada no último sábado (5), um eventual segundo turno aponta para uma vitória de Sebastião Melo sobre a candidata do PT, com 55% dos votos contra 31%. 

Entre aqueles que se elegeram no primeiro turno, há um destaque para João Campos (PSB), único de centro-esquerda que manteve seu mandato. Nas demais capitais onde não haverá segundo turno, os eleitos são de siglas de centro-direita ou direita. 

Mas o saldo para a esquerda pode melhorar sensivelmente se Guilherme Boulos (PSOL) conseguir derrotar Ricardo Nunes (MDB) em São Paulo.

De todo modo, trata-se de uma missão complicada, já que as pesquisas feitas ainda no primeiro turno mostravam o atual prefeito como vitorioso em um eventual embate contra o deputado, que tem o apoio do presidente Lula.

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Veja a seguir o resultado nas capitais:

Cidade (Estado) - Resultado
Aracaju (Sergipe) - Emilia Correa (PL) X Luiz Roberto (PDT)
Belém (Pará) - Bruno Engler (PL) X Fuad Noman (PSD)
Belo Horizonte (Minas Gerais) - Igor (MDB) X Delegado Eder Mauro (PL)
Boa Vista (Roraima) - Arthur Henrique Brandão (MDB)
Campo Grande (Mato Grosso do Sul) - Adriane Lopes (PP) X Rose Modesto (União)
Cuiabá (Mato Grosso) - Abilio (PL) X Lúdio (PT)
Curitiba (Paraná) - Eduardo Pimentel (PSD) X Cristina Graeml (PMB)
Florianópolis (Santa Catarina) - Topázio Neto (PSD)
Fortaleza (Ceará) - André Fernandes (PL) X Evandro Leitão (PT)
Goiânia (Goiás) - Fred Rodrigues (PL) X Mabel (União)
João Pessoa (Paraíba) - Cicero Lucena (PP) X Marcelo Queiroga (PL)
Macapá (Amapá) - Dr. Furlan (MDB)
Maceió (Alagoas) - João Henrique Caldas (PL)
Manaus (Amazonas) - David Almeida (Avante) X Capitão Alberto Neto (PL)
Natal (Rio Grande do Norte) - Paulinho Freire (União) X Natália Bonavides (PT)
Palmas (Tocantins) - Janad Valcari (PL) X Eduardo Siqueira (Podemos)
Porto Alegre (Rio Grande do Sul) - Sebastião Melo (MDB) X Maria do Rosário (PT)
Porto Velho (Rondônia) - Mariana Carvalho (União) X Léo (Podemos)
Recife (Pernambuco) - João Campos (PSB)
Rio Branco (Acre) - Tião Bocalom (PL)
Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) - Eduardo Paes (PSD)
Salvador (Bahia) - Bruno Reis (União)
São Luís (Maranhão) - Eduardo Braide (PSD)
São Paulo (São Paulo) - Ricardo Nunes (MDB) X Guilherme Boulos (PSOL)
Teresina (Piauí) - Silvio Mendes (União Brasil)
Vitória (Espírito Santo) - Silvio Mendes (União Brasil)

*Com informações do Estadão Conteúdo e TSE

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