Donald Trump nem conseguiu ainda a indicação republicana para concorrer às eleições presidenciais de 5 de novembro nos EUA, mas já está colocando um dos conflitos mais importantes da atualidade em xeque: a guerra entre Rússia e Ucrânia.
Isso porque a Casa Branca informou na semana passada que o fornecimento de dinheiro dos EUA à Ucrânia acabou, o que poderia deixar Kiev mal equipada para repelir a invasão russa.
As negociações para garantir recursos aos ucranianos precisaram voltar ao Congresso norte-americano — e é aí que Trump entra em cena.
Ele já pressionou abertamente os republicanos no Senado a não comprometerem a legislação sobre segurança nas fronteiras por conta da ajuda para a Ucrânia.
A preocupação de Trump é que a liberação de mais recursos financeiros para Kiev lutar contra a Rússia favoreça o presidente dos EUA, Joe Biden, na tentativa de reeleição em novembro.
A pressão de Trump
Biden e o líder republicano do Senado, Mitch McConnell, têm elaborado um plano há meses na esperança de convencer a direita republicana a assinar a ajuda à Ucrânia.
Só que McConnell está hesitando em reunir maioria para aprovar os recursos diante das implicações da oposição de Trump a um acordo.
“As negociações bipartidárias do Senado dos EUA sobre um acordo de segurança fronteiriça que vincula a ajuda à Ucrânia atingiram um ponto crítico”, disse o senador republicano John Thune a repórteres, segundo a Reuters.
O ex-presidente chegou a dizer em sua plataforma de mídia social que qualquer acordo seria “outro presente para os democratas da esquerda radical”, já que Biden busca a reeleição.
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Sem os EUA, a ajuda pode vir de outro lugar?
A ajuda para a Ucrânia pode vir de outro lugar — a Europa, que também já vem despejando bilhões de dólares em equipamentos para Kiev combater a Rússia em seu território.
Essa ajuda, no entanto, pode aumentar ou até ser facilitada já que a Ucrânia iniciou formalmente o processo de triagem para as negociações sobre uma adesão à União Europeia (UE).
O presidente Volodymyr Zelensky saudou o início dos “preparativos substanciais para as conversações de adesão da Ucrânia à UE” em Bruxelas, na sequência de um acordo alcançado com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, na semana passada, no Fórum Económico Mundial em Davos, Suíça.
“O trabalho minucioso de avaliação da conformidade da legislação ucraniana com as normas da UE, a formação da delegação da Ucrânia e a nossa posição negocial estão todos à nossa frente”, disse Zelensky.
*Com informações da Reuters e da CNBC