Uma reprise que ninguém quer assistir: coincidência desagradável, em março do ano passado, uma série de bancos regionais norte-americanos levaram ondas de choque aos mercados e o Fed precisou agir rápido para evitar que o filme da crise financeira de 2008 se repetisse em uma nova roupagem — e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sabe disso.
O medo de que pequenos e médios bancos nos EUA voltem a gerar uma crise do porte daquela de 16 anos atrás fez a entidade lançar um documento nesta segunda-feira (18).
De acordo com a entidade monetária internacional, as autoridades devem ser mais céleres no auxílio de bancos que precisem de apoio de liquidez. Ao mesmo tempo, devem seguir protegendo os balanços dos bancos centrais.
O fundo diz que é preciso flexibilidade dos regimes de resolução e de planejamento.
Os dirigentes devem garantir que as regras e os planos de resolução sejam, suficientemente, flexíveis para equilibrar os riscos para a estabilidade financeira e os interesses dos contribuintes.
Bancos médios e pequenos devem ser problema, diz FMI
Para o FMI, até bancos pequenos podem oferecer riscos sistêmicos a depender das circunstâncias.
Um regime de resolução é acionado quando há grave comprometimento do patrimônio ou dificuldade de honrar compromissos por uma instituição financeira.
Em seu site, o Banco Central brasileiro explica que o regime de resolução pode determinar aos seus controladores que aportem os recursos necessários, transfiram o controle, reorganizem a sociedade ou adotem medidas de recuperação.
No documento, o FMI relembra que o socorro de algumas instituições exigiu uso de recursos dos contribuintes.
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Se quebrar, quebrou?
Foi o caso do Credit Suisse há quase um ano. No meio de uma enorme corrida para saque de depósitos, a aquisição do Credit Suisse foi apoiada por uma garantia governamental e por uma liquidez quase igual a um quarto da produção econômica da Suíça, diz o Fundo.
"O apoio governamental poderá ainda ser necessário em algumas circunstâncias - por exemplo, para evitar uma crise financeira sistêmica", observa o FMI.
Mas o relatório cita que o corpo técnico do FMI recomendou o equivalente a uma exceção ao risco sistêmico para a área do euro.
Não é bem assim, diz FMI
O Fundo diz que é necessário flexibilidade, além de ter sugerido ao bloco a combinação do uso de diferentes ferramentas de resolução, conforme exigido pelas circunstâncias específicas do momento em que ocorrer o episódio.
Outra recomendação do Fundo é para que se faça um fortalecimento da supervisão bancária com empoderamento dos supervisores para que eles possam agir antecipadamente e com autoridade, se necessário.