“Mais do que amigos... Friends”. O meme que circula nas redes sociais poderia se aplicar a Donald Trump e Elon Musk — que aparentemente possuem uma relação mais próxima do que se sabia até então.
Segundo o jornal The Washington Post, o ex-presidente dos Estados Unidos se reuniu com o dono da Tesla no ano passado para avaliar o interesse do bilionário em comprar sua plataforma de mídia social, a Truth Social.
A negociação teria acontecido cerca de um ano e meio depois de Elon Musk abocanhar o Twitter, agora batizado de X, por US$ 44 bilhões.
A conversa não levou a um acordo formal — e, logo após a publicação do Post, Elon Musk escreveu no X que, “só para ficar bem claro, não estou doando dinheiro para nenhum dos candidatos à presidência dos EUA”.
“Ouvimos dizer que Trump e Musk estavam na verdade discutindo a compra do Washington Post, mas eles decidiram que não tinha valor”, disse a porta-voz do Trump Media & Technology Group — operador da plataforma de mídia social trumpista Truth Social —, Shannon Devine, ao Post, em comunicado.
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A rede social de Donald Trump
A rede social de Trump surgiu em 2022 com a promessa de ser uma “alternativa às redes sociais criadas no Vale do Silício” — como o Facebook e o Twitter, aos quais o ex-presidente norte-americano foi suspenso temporariamente.
A Truth Social tem lutado para ganhar força desde seu lançamento. Entretanto, desde a fundação, a controladora Trump Media & Technology Group acumula um prejuízo superior a US$ 30 milhões.
A plataforma ainda lida com os desafios para expandir a base de usuários para além do ex-presidente e de sua base de apoiadores, com Trump repetidamente pedindo a seus seguidores que ingressem na plataforma.
Mas apesar do baixo número de internautas e de ter recuperado sua conta no Twitter, Trump permanece um usuário fiel e ativo na plataforma republicana.
Em 2021, o Trump Media & Technology Group disse que abriria o capital na Nasdaq por meio de uma fusão de US$ 300 milhões com a Digital World Acquisition.
A Digital World Acquisition é uma empresa de cheque em branco — isto é, sem operação comercial e com dinheiro em caixa para investir em outros negócios — e afirma ter intenção de se fundir ainda neste ano com o Trump Media & Technology Group.
Luz no fim do túnel?
No mês passado, a SEC, a xerife do mercado de capitais dos EUA, deu sinal verde ao registro de fusão da empresa de cheque em branco, preparando o terreno para o IPO da Trump Media.
Na visão do Post, a transformação da empresa de Trump em uma companhia aberta poderia oferecer ao ex-presidente dos EUA uma salvação financeira, enquanto o político corre o risco de ter que pagar indenizações multimilionárias em processos legais.
A expectativa é que os acionistas aprovem oficialmente a fusão durante uma votação no fim de março — em um acordo de acionistas com “lock-up” que exigiria que Trump esperasse seis meses antes de vender ações da companhia.
Vale destacar que as ações da Digital World Acquisition têm estado voláteis desde a abertura de capital (IPO) em 2021 e atualmente são negociadas a cerca de US$ 40 por papel.
Segundo o site Quartz, Donald Trump deterá mais de 78 milhões de ações na empresa resultante da fusão.
*Com informações de Quartz, CNBC e The Washington Post.