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Powell aparece em pleno feriado e diz o que é preciso para o Fed dar início ao corte de juros nos EUA

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, de pé, em frente a um púlpito com microfone e bandeira do BC dos EUA ao fundo

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell

Em dia de divulgação do PCE, dado de inflação preferido do Federal Reserve, o presidente do Fed afirmou nesta sexta-feira (29) que os dirigentes não veem como apropriado cortar as taxas de juros até conquistarem confiança de que a inflação americana está em trajetória de queda sustentada.

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Jerome Powell, que participou de evento organizado pelo Fed de São Francisco mesmo durante o feriado de Sexta-feira Santa, reforçou o objetivo de atingir estabilidade da alta de preços em 2% e que, atualmente, existem riscos elevados de ambos os lados.

Vale destacar que o núcleo do PCE veio em linha com as estimativas em fevereiro, enquanto o indicador anual desacelerou de 2,9% para 2,8%.

"Se cortarmos cedo demais, podemos provocar repique da inflação e não queremos isso. Por outro lado, esperar demais pode trazer riscos à atividade econômica", ressaltou o presidente do BC americano.

Powell defendeu que a política monetária está "bem posicionada" para reagir a diferentes cenários e, por isso, o Conselho Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) não precisa apressar a flexibilização monetária.

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"Podemos esperar porque a economia está forte e vemos alguns sinais de redução da inflação", afirmou. "Há muitas pessoas que acham que não deveríamos cortar juros. E não estamos prometendo nenhuma das duas coisas, estamos dizendo que vamos esperar."

EUA não estão em um caminho fiscal sustentável, diz Powell

O presidente do Federal Reserve também reforçou preocupação com a trajetória fiscal dos Estados Unidos, afirmando que atualmente a situação "não está em caminho sustentável".

Contudo, ressaltou que os dirigentes do BC americano utilizarão a independência da política monetária para garantir o cumprimento do duplo mandato do banco central.

O dirigente negou qualquer possibilidade de politização do Fed, independente do resultado das eleições presidenciais dos EUA em 2024. "Independência do banco central tem apoio amplo nos dois partidos políticos. Uma politização nunca aconteceria", afirmou.

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Crise no setor imobiliário?

Jerome Powell comentou ainda que que os desafios relativos ao setor imobiliário comercial dos Estados Unidos devem persistir por alguns anos, mas explicou que os problemas estão concentrados em alguns bancos de menor porte.

O presidente do Fed assegurou que o banco central americano trabalha com as instituições financeiras mais afetadas pelo estresse nesse segmento de crédito. O objetivo é ajudá-las a lidar com essa situação, de acordo com ele.

Powell reiterou ainda que o sistema bancário americano "está em um bom lugar" e disse que as tensões se acalmaram bastante desde as turbulências registradas no ano passado, que acarretaram na quebra do Silicon Valley Bank (SVB).

*Com informações do Estadão Conteúdo

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