Os organizadores franceses passaram anos planejando o dia de hoje: a abertura das Olimpíadas, na qual 94 barcos ficaram encarregados de transportar quase 7.000 atletas de 206 delegações ao longo de uma rota de cerca de seis quilômetros, passando por monumentos e pontes.
A cerimônia, no entanto, acontece sob um forte esquema de segurança e sob uma investigação dos gastos bilionários do evento.
Do lado da segurança, autoridades francesas estão em alerta máximo, com 45.000 policiais mobilizados apenas para a cerimônia de abertura — mais cedo, um ataque coordenado paralisou parte dos trens de Paris.
As tensões estão particularmente altas devido à recente tentativa de assassinato do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, bem como ao histórico de Paris com ataques terroristas.
Áreas do centro da cidade, incluindo ao redor do Louvre, Notre Dame e a Torre Eiffel, foram restritas ao acesso apenas por meio de um código QR ou para trabalhadores.
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O ataque coordenado antes da abertura das Olimpíadas
Logo no início do dia, Paris enfrentou ataques coordenados, que aconteceram pouco antes da cerimônia de abertura das Olimpíadas.
A operadora ferroviária francesa SNCF disse em um comunicado que sua rede sofreu vários ataques simultâneos na manhã desta sexta-feira, com incêndio danificando instalações e linhas de fibra óptica.
A linha LGV Atlantique de alta velocidade entre Paris e Bordeaux foi atingida, junto com as linhas norte e leste, causando interrupções que a SNCF esperava que impactassem centenas de milhares de pessoas durante o fim de semana.
Os serviços Eurostar, que conectam o Reino Unido, França, Bélgica, Holanda e Alemanha, foram afetados pela interrupção da linha de alta velocidade entre Paris e Lille, no norte da França.
Segundo o presidente da SNCF, Jean-Pierre Farandou, 800.000 pessoas devem ser afetadas pela interrupção dos trens no fim de semana.
O Ministro dos Transportes, Patrice Vergriete, condenou o que ele descreveu como "atos criminosos" que foram realizados simultaneamente em vários locais.
Vergiete disse em uma coletiva de imprensa que uma investigação está em andamento. "Lamentamos muito não poder circular os trens esperados pelos franceses. Hoje, as principais linhas de partida foram atacadas, um ataque aos franceses", disse Farandou.
Não está claro de onde partiram os ataques.
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Investigação, protestos e instabilidade política
As Olimpíadas estão sendo definidas por especialistas como em um cenário de instabilidade política quase sem precedentes na França: após as eleições antecipadas em junho, o país tem um governo técnico em vigor até que um novo seja acordado.
A história mostra que algumas cidades superaram os obstáculos com sucesso. As Olimpíadas de Los Angeles de 1984, por exemplo, ofereceram uma competição acirrada e terminaram com centenas de milhões em receita excedente. Outros anfitriões não tiveram tanta sorte.
Montreal e Atenas acumularam dívidas enormes. O Rio de Janeiro gastou bilhões em novos locais que ficaram praticamente sem uso depois. Os Jogos de Munique de 1972 foram marcados por terroristas palestinos que se infiltraram na vila dos atletas, um ataque que deixou 11 membros da equipe israelense mortos.
Mais recentemente, Tóquio e Pequim lutaram para gerar receita em meio às restrições da covid-19.
A principal preocupação com qualquer Olimpíada é o financiamento e, no caso de Paris, um plano para cobrir a maioria das despesas com dinheiro arrecadado privadamente.
Como o orçamento cresceu significativamente para US$ 10 bilhões (R$ 56,4 bilhões), os organizadores passaram a ser alvo de maior escrutínio, incluindo uma investigação sobre os contratos de construção e a decisão de pagar ao presidente do Comitê dos Jogos Olímpicos 2024, Tony Estanguet, um salário anual de US$ 290.000 (R$ 1,6 milhão) mais incentivos.
Manifestantes e ativistas também organizaram uma série de protestos contra várias questões em torno dos jogos, sinalizando o impacto ambiental e social das Olimpíadas e a inclusão de atletas israelenses em meio à guerra em andamento na Faixa de Gaza.
“Os organizadores e o COI estão rezando para que os esportes comecem”, disse Michael Payne, ex-executivo do Comitê Olímpico Internacional.. “Quando eles começam, tudo isso se torna a história.”
*Com informações da CNBC, da BBC e do Los Angeles Times