A liderança de Elon Musk em inovações tecnológicas está em xeque — e desta vez, não são as empresas chinesas que estão tentando atropelar os planos do bilionário, mas sim uma startup de neurotecnologia da Austrália.
Também com missão de colocar chips nos cérebros da população, a australiana Synchron — apoiada por Bill Gates e Jeff Bezos — anunciou nesta terça-feira (30) que conectou seu implante cerebral aos óculos de realidade virtual da Apple, o Headset Vision Pro.
Com o implante, agora os pacientes da Synchron com mobilidade física limitada poderão controlar o dispositivo usando apenas os pensamentos.
O CEO da Synchron, Thomas Oxley, afirmou que a plataforma de acessibilidade iOS é a “melhor da categoria” e a Apple tem sido “muito favorável” à integração da nova tecnologia ao óculos Vision Pro.
É por isso que a empresa inicialmente focou em ajudar os pacientes a controlar os dispositivos dentro do ecossistema da fabricante de iPhones. Entretanto, o CEO destaca que a Synchron pretende conectar seu BCI a outros headsets.
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Como funciona o novo “chip no cérebro” da rival de Elon Musk
Segundo a Synchron, sua interface cérebro-computador (BCI) procura ajudar pacientes com paralisia a usar tecnologias como smartphones e computadores com suas mentes.
“Nossa tecnologia foi projetada para funcionar dentro do corpo e ajudar a realizar tarefas cotidianas, como agendar uma consulta médica, enviar mensagens de texto para um amigo ou comprar um presente especial”, escreveu a empresa, em seu site.
Basicamente, o chip da Synchron é inserido através da veia jugular do paciente, sem necessidade de cirurgia cerebral aberta.
O dispositivo, semelhante a um stent comumente usado em cirurgias cardíacas para desobstruir artérias, é entregue ao vaso sanguíneo que repousa acima do córtex motor do cérebro, onde ele pode começar a captar as ondas cerebrais.
O BCI da Synchron é conectado a uma antena que fica sob a pele — que coleta dados cerebrais brutos e envia as informações para dispositivos externos.
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Até agora, a companhia rival de Elon Musk implantou o BCI em seis pacientes nos EUA e em quatro pessoas na Austrália.
Entretanto, a startup ainda precisa da aprovação da FDA, a agência reguladora de alimentos e medicamentos nos EUA, para vender a tecnologia de forma mais ampla no mercado.
A companhia levantou mais de US$ 140 milhões de investidores, incluindo alguns dos maiores bilionários do mundo, como Jeff Bezos e Bill Gates.
Além da Synchron, outras empresas como a Neuralink de Elon Musk, a Paradromics, a Precision Neuroscience e a Blackrock Neurotech também estão desenvolvendo sistemas BCI.
*Com informações da CNBC, MIT Technology Review e Telegraph.