Salvo alguma mudança muito drástica de última hora, o México elegerá uma mulher como presidente da República pela primeira vez na história. Com vantagem significativa nas pesquisas, Claudia Sheinbaum é a candidata do atual presidente Andrés Manuel López Obrador.
A ex-prefeita da Cidade do México possui entre 51% e 67% das intenções de voto. Mas ainda que uma zebra muito grande aconteça, a principal adversária na disputa também é uma mulher. Xóchitl Gálvez, da coalizão que representa partidos tradicionais no país, aparece com 26% a 30% nas pesquisas.
A eventual vitória de Sheinbaum deve consolidar ainda mais o domínio do partido Morena, fundado por Obrador, também conhecido como AMLO.
Enquanto isso, a adversária centra as críticas em uma eventual ameaça à democracia caso a indicada por AMLO assuma o poder no México.
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As eleições no México e as reformas de AMLO
Em fevereiro, o atual mandatário do México anunciou um pacote de reformas que está no centro da polêmica. Entre as medidas, está a eliminação das agências reguladoras autônomas que monitoram a transparência, a competitividade e a energia no país.
Outra proposta está na indicação de juízes do Supremo Tribunal por voto popular. Para os críticos, essa medida daria ainda mais poder a um partido dominante — que hoje é Morena de AMLO.
Lembrando que os eleitores mexicanos também vão escolher os representantes para o Congresso, responsável pela aprovação das leis.
O partido de AMLO e Claudia Sheinbaum tem atualmente maioria simples em ambas as casas do Congresso no México. Ou seja, menos do que os dois terços necessários para promover mudanças constitucionais.
Embora as pesquisas indiquem que Morena provavelmente controlará mais da metade dos 500 assentos da Câmara, uma maioria de dois terços parece improvável.
Enquanto isso, a próxima presidente do México terá de lidar com problemas bem imediatos que assolam a população. A segurança pública, por exemplo, continua sendo uma das principais preocupações dos mexicanos, com altos índices de criminalidade e violência relacionados ao narcotráfico.
*Com Americas Quartely e agências internacionais