A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, reiterou nesta quinta-feira (18) que os juros da zona do euro ficarão em níveis restritivos pelo tempo que for necessário para trazer a inflação de volta à meta oficial de 2%.
Mais cedo, o BCE deixou suas principais taxas de juros inalteradas, como era amplamente esperado pelo mercado europeu. Assim, a taxa de depósito segue em 3,75%, a de refinanciamento em 4,25% e a de empréstimos em 4,50%.
O BCE busca trazer a inflação da zona do euro de volta para 2%. Em junho, a taxa de inflação do bloco ficou em 2,5%. Na reunião anterior, no começo de junho, o BCE havia reduzido as taxas de juros em 25 pontos-base, em seu primeiro corte em quase cinco anos.
Lagarde, que falou em entrevista à imprensa após a decisão, comentou que a inflação do bloco ficou praticamente inalterada em junho, mas permanece alta, e que os salários avançam em ritmo elevado.
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Decisão futura sobre juros está aberta
O “investimento continua em níveis fracos”, afirmou Christine Lagarde, segundo site português Observador. Anteriormente, a presidente do BCE havia pedido uma aceleração da execução dos Programas de Recuperação e Resiliência (PRR) nos países europeus.
A falta de um ímpeto mais positivo por parte dos investimentos é algo que caracteriza a retomada econômica atual, que está sendo liderada pelo setor de serviços e não pelo setor industrial, afirmou Lagarde.
Na área de exportações, Lagarde disse que o BCE continuará monitorando os dados sobre a “posição competitiva da UE e da zona do euro em relação a outros blocos econômicos, em particular a China”.
Depois de dizer que está “totalmente em aberto” o que BCE poderá fazer em setembro, Lagarde acrescentou que “teremos de olhar para todas as componentes dos dados que vão chegar nas próximas semanas e meses”.
Atenção total aos dados
Ela referiu ao desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) antes de falar sobre os dados da inflação. Além disso, o BCE também estará atento aos dados sobre os aumentos salariais e, na outra face da mesma moeda, a evolução das margens de lucro das empresas.
Segundo Lagarde, os impactos dos salários na zona do euro vêm sendo absorvidos pelos lucros das empresas e o avanço salarial deverá desacelerar ao longo do ano que vem. Ela também previu que a inflação deverá oscilar em torno da faixa atual até o fim de 2024.
Durante a entrevista, Lagarde parabenizou Ursula Von der Leyen pela reeleição na Comissão Europeia, mas disse que não comentaria o seu discurso porque ainda não havia tido tempo de analisar.
*Com informações do Estadão Conteúdo e do site Observador