A corrida para frear os carros elétricos vindos da China toma conta da Europa e dos EUA e não é à toa: fabricantes chinesas como a BYD, juntas, já vendem mais carros do que a Tesla no Velho Continente.
Pequim, no entanto, não está assistindo à “perseguição” de braços cruzados. Nesta quarta-feira (25), o Ministério de Comércio da China apelou aos norte-americanos que abandonem a proposta de restrições a software e componentes de carros chineses.
O governo chinês prometeu revidar com o que chamou de "medidas necessárias" para proteger empresas domésticas.
A pasta descreveu as possíveis restrições como práticas protecionistas sem base factual que vão contra os princípios de economia de mercado e concorrência justa.
"As ações dos EUA também envolvem o uso do poder do governo para interferir na cooperação de negócios e econômica, constituindo coerção econômica", disse o ministério, em comunicado.
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China versus EUA: relembre os últimos acontecimentos
Em fevereiro, o Departamento de Comércio dos EUA anunciou uma investigação sobre possíveis riscos à segurança nacional advindos de carros inteligentes, software e autopeças fabricados na China.
Nesta semana, o departamento propôs a adoção de restrições a produtos e serviços automotivos chineses.
Em resposta, o ministério chinês disse que é errado generalizar questões de segurança nacional e pediu que Washington interrompa a "injusta opressão" a empresas chinesas.
O ministério acrescentou que se mobilizará para defender os interesses e direitos de empresas chinesas, mas não forneceu detalhes.
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As restrições têm motivo
A caça aos elétricos made in China tem motivo: evitar que esses automóveis dominem o mercado europeu e norte-americano devido aos preços mais competitivos.
E os números mostram a preocupação. Dados de agosto da Jato Dynamics mostram que os emplacamentos combinados de veículos elétricos do Grupo Geely (Volvo, Polestar e Lotus), BYD, SAIC e outras marcas chinesas disponíveis na Europa totalizaram cerca de 19.400 unidades.
No mesmo mês, o volume da Tesla alcançou quase 19.100 unidades, o que significa que, após a Volkswagen, as chinesas são as maiores vendedoras de BEV (veículos elétricos a bateria) na Europa.
*Com informações do Estadão Conteúdo e da Bloomberg