Durante a madrugada no Brasil, a ilha de Taiwan foi atingida por um terremoto de magnitude 7,5, o mais poderoso em pelo menos 25 anos. O tremor foi tão forte que foram emitidos alertas para possíveis tsunamis no Japão e nas Filipinas, nas proximidades da região.
Para além da tragédia humanitária, os analistas estão de olho na paralisação das fábricas da maior produtora de chips e semicondutores do mundo, a Taiwan Semiconductors Manufacturing (TSMC).
Pela manhã, a empresa foi obrigada a evacuar algumas áreas industriais, o que tem potencial de atrasar a produção. Acontece que a TSMC é responsável por boa parte da produção de chips e semicondutores do planeta.
As estimativas variam entre 60% e 90% da fabricação global de microchips de alto desempenho, que ganharam destaque graças ao avanço da Inteligência Artificial (IA), mas que estão presentes hoje em praticamente todos os eletrônicos do mundo.
Grandes empresas como Apple, Nvidia, Qualcomm, entre outras, dependem dos chips da TSMC. Em outras palavras, o atraso na entrega de semicondutores pode ser um ponto de estrangulamento na cadeia de suprimentos global.
Após o impacto: o tamanho das consequências para o mundo
Sabendo disso, os analistas do Itaú BBA avaliaram quais seriam os efeitos de tal paralisação nos negócios.
“Acreditamos que os impactos serão provavelmente menores. O terremoto teve maior intensidade na costa leste da ilha, enquanto as instalações da TSMC estão na costa oeste, onde a intensidade foi menor”, dizem os analistas.
“Além disso”, continuam os analistas, “as instalações da TSMC são projetadas para resistir a terremotos de até 7,0 graus”.
Notícias mais recentes também indicam que algumas das fábricas da empresa foram evacuadas após o terremoto, mas já começaram a retornar ao trabalho pela tarde. Outras unidades só devem voltar a operar após inspeções.
Ao que tudo indica até o momento, as fábricas estão "normais", de acordo com um porta-voz da TSMC.
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Mas um alerta para Taiwan
Vale lembrar que, durante a pior fase da pandemia de covid-19, um dos gargalos da cadeia de produção era justamente a distribuição de semicondutores, cuja produção estava praticamente inteira concentrada em Taiwan.
Os analistas do Itaú ainda destacam que o terremoto é um alerta para os investidores, que devem levar em conta a possibilidade de desastres naturais na região.
Porém, o banco ainda enxerga que a recente baixa nas ações — motivadas pelo medo de maiores problemas nas fábricas da TSMC — abre uma oportunidade de compra das ações. Por fim, vale destacar que os desastres naturais são apenas uma face dos problemas envolvendo Taiwan.
A região é palco de um conflito velado entre China e Estados Unidos que, em caso de escalada, pode impactar a cadeia de distribuição de semicondutores globais — mais do que o terremoto.