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Petrobras (PETR4) anuncia aumento da produção com nova plataforma no pré-sal e religação de fábrica de fertilizantes

Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias, da Petrobras, na China

Navio-plataforma Marechal Duque de Caxias, da Petrobras, na China.

A Petrobras (PETR3; PETR4) anunciou, neste fim de semana, duas novidades que irão aumentar sua produção.

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A primeira foi a saída do navio-plataforma Marechal Duque de Caxias de Yantai, na China, neste sábado (24), em direção ao campo de Mero, o terceiro maior campo de petróleo do Brasil, localizado no pré-sal da bacia de Santos.

Com a instalação da nova plataforma, que entrará em operação a partir de setembro, e outros sistemas que já se encontram no local, a produção no campo de Mero poderá chegar a 590 mil barris por dia.

O equipamento tem a capacidade de produzir até 180 mil barris de óleo e comprimir até 12 milhões de metros cúbicos de gás por dia.

"Esse sistema de produção prevê a interligação de 15 poços à unidade, oito produtores de óleo e sete injetores de água e gás, por meio de uma infraestrutura submarina composta por 80 km de dutos rígidos de produção e injeção, 47 km dutos flexíveis de serviços e 44 km de umbilicais de controle", informou a estatal ontem.

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A plataforma, do tipo FPSO (unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência, da sigla em inglês), será a primeira a ser interligada ao equipamento Hisep, tecnologia patenteada pela Petrobras, e fará a separação do óleo e do gás no fundo do oceano, de onde fará a reinjeção do gás rico em CO2.

O Hisep tem o potencial de aumentar a produção e desafogar a planta de processamento de gás da superfície, ao mesmo tempo em que reduz a intensidade das emissões de gases de efeito estufa. Também será usada na plataforma a tecnologia CCUS (Carbon Capture, Utilization and Storage), onde o gás rico em CO2 é reinjetado no reservatório.

Petrobras religará fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), diz Prates

‌A outra novidade da Petrobras foi divulgada pelo presidente da estatal, Jean Paul Prates, na última sexta-feira (23). Segundo o CEO, a fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa) será a primeira da companhia a voltar a operar no país, mas a religação ainda não tem data marcada.

Em abril, o executivo irá a Mato Grosso do Sul para ver a situação da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (Fafen 3), em Três Lagoas, ainda sem prazo certo para entrar em operação.

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"A gente não tem uma linha do tempo definida, mas tem uma disposição já definida. O nosso Plano Estratégico autorizou, e não só autorizou, como colocou fertilizantes de volta na pauta de investimento da Petrobras", disse Prates após evento com o presidente Lula para lançar o edital dos incentivos da estatal à cultura, somando patrocínio de R$ 250 milhões.

No ano passado, o diretor de Processos Industriais da Petrobras, William França, havia informado que a ideia da empresa é colocar a Fafen 3 em operação antes de 2028, e que a Ansa deveria voltar a fabricar fertilizantes no segundo semestre de 2024. .

De acordo com Prates, apesar da avaliação de que a unidade de Mato Grosso do Sul está 80% pronta, muito tempo passou desde a paralisação das obras, em 2014.

"Quando você fala de uma planta dessa, que é uma coisa que tem que estar viva o tempo todo, como um carro antigo ou mesmo um carro novo, se você deixar na garagem dois anos, três anos, ele começa a falhar. Então, na verdade é um 80% que deve cair para 70%. Vai ter coisas que você vai ter que repor", explicou Prates.

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O CEO fez questão de pontuar que a gestão anterior da Petrobras não apenas excluiu os investimentos em fertilizantes como praticamente proibiu a Petrobras de investir no setor. Com isso, o Brasil passou a importar todo o fertilizante que utiliza.

"Nós recuperamos essa faculdade e temos projetos como esses, principalmente, que ficaram no meio do caminho. Estava sendo construída, parou. Nós estamos articulando formas de isso ser agilizado para terminar essa planta e ela começar a produzir. Ela está exatamente no meio do mercado agrícola", destacou o executivo.

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Redução da dependência de fertilizantes do Brasil

Com a volta das fábricas de fertilizantes da Petrobras, inclusive as arrendadas para a Unigel na Bahia e Sergipe, a necessidade de importação de fertilizantes pelo Brasil deve ser reduzida.

No final do ano passado, a estatal fechou com a Unigel - arrendatária das unidades na gestão anterior da Petrobras - um acordo de industrialização por encomenda (tolling), visando a retomada da produção nas unidades, que vinham dando prejuízo à Unigel.

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O investimento em fertilizantes, refinarias e energia limpa e descarbonização pela Petrobras têm sido bandeiras defendidas pelo presidente Lula, e vão no sentido contrário do que a estatal vinha fazendo nos últimos anos, de focar apenas na exploração de petróleo em águas profundas.

Com Estadão Conteúdo

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