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Petrobras (PETR4) compra ou vende uma fatia da Braskem (BRKM5)? CEO da estatal conta detalhes da conversa com árabes interessados na petroquímica 

Vista da então nova unidade da Braskem Petroquímica, em Paulínia, São Paulo. Petrobras (PETR3 e PETR4) e Novonor são as principais acionistas da Braskem (BRKM5) | Dividendos

O encontro entre o presidente da Petrobras (PETR4), Jean Paul Prates, e o CEO da Abu Dhabi National Oil Company (Adnoc) foi responsável por trazer a possível venda da fatia da Novonor — a antiga Odebrecht na Braskem (BRKM5) de volta aos holofotes e impulsionar as ações da Braskem (BRKM5) na semana passada.

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Mas a maior parte do conteúdo da conversa só foi divulgado ao mercado até esta terça-feira (20), quando Prates revelou mais detalhes sobre o encontro.

De acordo com uma entrevista dada por ele hoje após lançamento do piloto do projeto Hisep, a Adnoc buscou o executivo para tentar entender como seria um cenário em que ambas as companhias atuassem como sócias na Braskem.

Vale relembrar que a Novonor controla a Braskem, com 50,1% do capital ordinário, enquanto a Petrobras detém 47%. A estatal tem direito de preferência na compra da participação remanescente, o chamado tag along.

Ou seja, pode optar por comprar as ações nas mesmas condições de outras propostas, incluindo a da Adnoc, feita em conjunto com o fundo americano Apollo. Mas, de acordo com a entrevista de Prates, a ideia é que a Petrobras não exerça o direito de preferência.

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Por que uma declaração de Prates pode ser um alívio para os minoritários da Braskem (BRKM5)?

O estatuto da petroquímica garante hoje a todos os acionistas, inclusive aqueles com ações preferenciais (BRKM5), o direito ao tag along.

Então, se a companhia for vendida para a Apolo/Adnoc ou outro investidor, todos os acionistas, incluindo minoritários, poderão negociar suas ações pelo mesmo valor pago à ex-Odebrecht.

Vale destacar que apenas 2,9% das ações ON da companhia estão em circulação hoje no mercado, então a grande maioria dos investidores da Braskem ficaria de fora do negócio.

Existe ainda alguma controvérsia se os acionistas que possuem papéis ordinários da Braskem (BRKM3) teriam direito ao tag along. A Lei das S/A estipula o direito de os minoritários com direito a voto receberem 80% do valor pago em caso de venda do controle de uma companhia.

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A Petrobras pode argumentar, porém, que a compra da participação da Braskem não caracteriza uma mudança no controle, de acordo com o que diz o estatuto.

Nesse cenário, os acionistas minoritários da Braskem tornariam-se sócios de uma empresa controlada pelo governo — e o mercado costuma avaliar as ações de empresas estatais a múltiplos piores do que as companhias privadas.

Por isso, as últimas falas do presidente da Petrobras podem trazer alívio: "Não somos vendedores e nem compradores da Braskem. Acompanhamos o processo de perto, mas a Novonor é quem vende. Não somos nós que decidimos quem vai comprar."

*Com informações do Broadcast

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