A assembleia de credores da Oi (OIBR3), que seria realizada na próxima quarta-feira (10), acaba de ser novamente adiada e remarcada para 17 de abril. O stay period — janela em que execuções de dívida estão suspensas — também foi estendido até a mesma data.
Vale relembrar que esse já é o terceiro adiamento do encontro. Desde o início de março, já foram realizadas outras duas assembleias com o objetivo de votar o novo plano de recuperação judicial da companhia, mas sem êxito.
Dessa vez, o pedido por mais prazo partiu de um grupo de detentores títulos de dívidas internacionais, ou bondholders. Denominado Ad Hoc Group, o grupo representa mais da metade dos credores quirografários da empresa.
"Como os referidos credores formariam o quórum necessário para a aprovação de um novo adiamento da assembleia, as recuperandas concordaram com o referido pedido, de modo a se evitar a realização de uma assembleia sem a finalização dos documentos essenciais à aprovação de um plano a ser votado", diz a Oi em comunicado enviado ao mercado nesta segunda-feira (8).
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Destravando as negociações com credores
Vale relembrar que, no último encontro, as conversas avançaram apenas após o mesmo Ad Hoc Group aceitar prover US$ 500 milhões para companhia.
A soma inclui o financiamento extraconcursal na modalidade DIP — categoria de crédito específica para que empresas em RJ arquem com despesas operacionais — de US$ 375 milhões que já havia sido aprovado e um empréstimo-ponte de US$ 125 milhões.
Outra fonte de recursos deve ser a V.Tal, que comprometeu-se a injetar de US$ 100 a US$ 150 milhões. "A liquidez é um pilar fundalmental para o plano.
Na ocasião, a companhia destacou ainda o compromisso de vender ativos. O valor mínimo para a ClientCo, unidade de fibra da Oi, por exemplo, será de R$ 7,3 bilhões.
Além disso, a negociação também deve levar a modificações a governança da Oi. Dos nove membros que formam o conselho de administração, três serão apontados pelo plano. A indicação ocorrerá após a conversão da dívida em capital.