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Novo modelo de concessão da Sabesp (SBSP3) enviado a consulta pública marca ‘amanhecer de uma nova era’ para a empresa, diz Itaú BBA

Sabesp (sbsp3) dá mais um passo para a privatização

Unidade da Sabesp.

Enviado para consulta pública, o novo modelo de contrato de concessão entre a Sabesp (SBSP3) e os municípios paulistas, no âmbito do processo de privatização da companhia, foi bem recebido pelo mercado ontem (15), impulsionando as ações da empresa na bolsa, ainda que momentaneamente.

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Nesta sexta (16), o Itaú BBA publicou relatório com a sua avaliação do novo modelo regulatório, e não faltaram elogios. Para os analistas, o anúncio marca "o amanhecer de uma nova era" para a companhia de água e esgoto de São Paulo.

"Nós acreditamos que os termos propostos [no novo modelo] estão bem balanceados, permitindo à Sabesp criar valor se operar com eficiência e cumprir as metas de universalização e penalizando a empresa se operar mal e não cumprir as metas. Sob o novo arcabouço regulatório, a Sabesp será capaz de manter parte dos ganhos de eficiência", dizem os analistas do Itaú BBA.

O banco acredita, assim, que as ações SBSP3 têm potencial de negociar acima de 1 vez o múltiplo EV/RAB (valor da empresa/ativos regulatórios). Atualmente, a ação negocia a 0,85 vez EV/RAB.

O Itaú BBA reiterou sua recomendação outperform (equivalente a compra) e o preço-alvo de R$ 83,60 para as ações da Sabesp e diz ver "catalisadores de curto prazo" para os papéis.

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O que diz a proposta que irá para consulta pública

O ponto do novo modelo de concessão que mais chamou a atenção dos analistas de mercado foi a mudança na revisão das tarifas, que passará a ser anual — e não mais a cada quatro anos, como costumava ser.

Além disso, o processo de avaliação dos serviços da Sabesp será alterado, tendo metas qualitativas e quantitativas.

O modelo passa a reconhecer investimentos já realizados na companhia e não mais aqueles projetados para o futuro. Desta forma, há uma maior previsibilidade no preço das tarifas.

Atualmente, a Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp) incorpora a expectativa desses investimentos na tarifa.

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O órgão também perde poder de atuação sobre a Sabesp, reduzindo o risco de uso político da companhia.

Como o Itaú BBA avalia o novo modelo de concessão da Sabesp (SBSP3)

Os analistas do Itaú BBA têm uma visão construtiva acerca do novo arcabouço regulatório, que, na sua visão, é bem detalhado e deixa pouco espaço para uma abordagem discricionária por parte do regulador.

Eles também destacam a proposta para que a empresa de saneamento fique com todos os ganhos de eficiência referentes ao primeiro ciclo tarifário, partilhando-os apenas do segundo ciclo em diante.

Outra vantagem das novas regras são os "termos sólidos do contrato" que, na visão dos analistas, protegem a companhia de potenciais turbulências. Riscos que não podem ser endereçados pela empresa, observam, serão transferidos aos municípios por meio de compensações.

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Entre os pontos a monitorar, o Itaú BBA destaca que o próximo gatilho para a valorização das ações da Sabesp deve ser a conclusão da consulta pública, com a definição do novo arcabouço regulatório e a assinatura do contrato de concessão, o que espera-se que seja concluído antes do fim do primeiro trimestre deste ano.

"Ainda há algumas incertezas que dizem respeito aos termos da oferta subsequente de ações e ao mecanismo para atrair um investidor estratégico", diz o relatório, que menciona reportagem do jornal Valor Econômico sobre a possibilidade de tal investidor adquirir 15% da Sabesp com desconto em relação ao preço dos demais investidores do follow-on.

"Nós gostamos da ideia de a Sabesp ter um investidor estratégico que teria um papel maior no processo decisório da companhia", dizem os analistas.

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