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Ações da Localiza (RENT3) caem 14% na B3 após prejuízo seis vezes maior no 2T24 e provisões bilionárias — o que está por trás do balanço tão negativo?

Fachada com logo da Localiza em prédio espelhado

Fachada da Localiza.

Os investidores da Localiza (RENT3) tiveram um novo motivo para preocupação na noite de ontem: a divulgação de um balanço pior que o esperado no segundo trimestre de 2024, com disparada nas perdas e provisões bilionárias.

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A locadora de automóveis registrou prejuízo líquido de R$ 570 milhões entre abril e junho deste ano. A cifra corresponde a uma piora de 541,4% — isto é, mais de seis vezes maior — em comparação às perdas de R$ 89 milhões reportadas no mesmo período do ano passado.

É possível encontrar em trio de fatores a culpa por um resultado tão aquém das expectativas. A depreciação continuou como vilão do resultado da Localiza, com nova queda dos preços dos carros seminovos no segundo trimestre. 

Nesse sentido, a “invasão” dos automóveis chineses no Brasil continuou a colocar pressão sobre o negócio da Localiza, já que montadoras como a BYD começaram a inundar os mercados globais com carros a preços mais baixos.

Foto: Reprodução/Localiza

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Além disso, as enchentes no Rio Grande do Sul, que resultaram em um impacto de R$ 103 milhões no trimestre, com cerca de 2.600 carros, oito agências de aluguel e duas lojas de seminovos afetados pela catástrofe climática.

Essa combinação de fatores levou a um total de provisão para ajuste a valor recuperável da frota, impairment e depreciação adicional de R$ 1,67 bilhão — puxada principalmente pela depreciação adicional em relação ao trimestre anterior.

Depois de iniciaram o pregão desta quarta-feira (14) no vermelho, as ações da Localiza ampliaram a queda nesta tarde, com recuo de 16,96% por volta das 14h15, a R$ 39,94. No acumulado do ano, a desvalorização chega a 35%.

Outros destaques do balanço da Localiza (RENT3) no 2T24

Apesar do prejuízo robusto no segundo trimestre, a Localiza (RENT3) conseguiu manter o tom positivo na linha de faturamento, com uma receita líquida de R$ 9 bilhões entre abril e junho, crescimento de 32,2% na comparação anual. 

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Veja a receita líquida por segmento:

Por sua vez, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou estável em R$ 2,35 bilhões devido a um impacto de R$ 386 milhões do ajuste ao valor recuperável do ativo e das enchentes no Sul do país, segundo a empresa.

Se desconsiderados esses efeitos, o Ebitda consolidado teria chegado a R$ 2,73 bilhões, nas contas da Localiza, um aumento de 16,5% na base anual.

Vale destacar que a Localiza revisou as projeções de valor líquido de venda dos automóveis em razão da depreciação no segundo trimestre e reduziu a vida útil depreciável dos carros de 18 para 15 meses. 

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Segundo a empresa, a revisão “incorpora a abertura do gap no preço dos carros novos e seminovos, bem como a normalização das margens EBITDA na venda dos carros”. 

A rentabilidade da locadora continuou pressionada, com um ROIC spread — diferença entre o retorno sobre o capital investido e o custo da dívida — anualizado negativo em 7,2 pontos percentuais no 2T24, bem abaixo dos patamares históricos, de 13 p.p positivos. 

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