Site icon Seu Dinheiro

Justiça acata recuperação extrajudicial do Grupo Casas Bahia (BHIA3) e varejista ganha prazo maior para pagar dívida bilionária

Baianinho, mascote da Casas Bahia, que faz parte da Via (VIIA3), uma das maiores varejistas do brasil

Baianinho, mascote da Casas Bahia, que faz parte da Via

Pouco menos de dois meses depois de entrar com pedido de recuperação extrajudicial na CVM, o Grupo Casas Bahia (BHIA3) teve seu plano homologado pela 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O plano de recuperação extrajudicial (PRE) da varejista havia sido questionado pela Opea Securitizadora e pela Pentágono Distribuidora. Na visão delas, as propostas eram desprovidas de mérito e deveriam ter sido rejeitadas, o que não foi acatado pela Justiça.

Com isso, a varejista agora conseguiu um respiro maior para solucionar seus problemas financeiros.

O Grupo Casas Bahia deve cerca de R$ 4,1 bilhões a seus principais credores e as dívidas somaram-se a um balanço mais fraco para formar um cenário complexo para a empresa. 

Assim, o cronograma de pagamentos se estendeu de 22 meses para até 78 meses — ou de pouco menos de dois anos para seis anos e meio.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Há carência de 24 meses para o pagamento de juros e 30 meses para o principal, podendo ser ampliado até completar os 78 meses.

Dessa forma, ao invés de pagar R$ 4,8 bilhões até 2027, a varejista precisará desembolsar apenas R$ 500 milhões no mesmo período.

A partir de 2028, os pagamentos crescem, segundo os planos. Além da ampliação do período, a remuneração também foi reduzida para CDI + 1,0% a 1,5%. 

Histórico da crise no Grupo Casas Bahia (BHIA3)

O Grupo Casas Bahia já havia negociado uma ampliação do prazo das dívidas relacionadas às 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures da varejista com os principais credores.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Bradesco (BBDC4) possui R$ 953 milhões em debêntures, e o Banco do Brasil (BBAS3), R$ 1,272 bilhão, o que representa 54,5% do total das emissões contempladas no plano.

Vale destacar que a companhia ainda procederá agora com a 10ª emissão de debêntures, em substituição às dívidas financeiras quirografárias sujeitas e renovadas pelo plano de recuperação. 

As principais linhas do balanço

O Grupo Casas Bahia reportou prejuízo líquido de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023. Trata-se de um número mais de quatro vezes pior do que o prejuízo de R$ 163 milhões no último trimestre de 2022.

O Ebitda (sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do trimestre também foi negativo. Ele ficou R$ 163 milhões no vermelho, uma piora de 74% ante um ano antes.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

As linhas de receita também mostraram piora. A receita bruta foi de R$ 8,8 bilhões no trimestre, uma queda de 15,5%. Já a receita líquida baixou de R$ 8,8 bilhões para R$ 7,4 bilhões no mesmo recorte.

A Casas Bahia também fechou 17 lojas no quarto trimestre, elevando a 55 o número de estabelecimentos desativados desde o início da reestruturação. Além disso, quatro centros de distribuição foram readequados.

Exit mobile version