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Em crise, Boeing vende subsidiária de defesa para multinacional francesa enquanto tenta reforçar as finanças 

Foto de divulgação do modelo 737 Max da Boeing

Foto de divulgação do modelo 737 Max da Boeing

Em meio a uma crise financeira que se arrasta desde o início do ano, a Boeing anunciou neste mês a venda de uma pequena subsidiária de defesa.

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A empresa Digital Receiver Technology, que fabrica equipamentos de vigilância sem fio para uso militar nos Estados Unidos, será adquirida pela Thales Defense & Security, uma divisão da Thales SA, líder europeia no setor de defesa. 

Os detalhes financeiros da transação não foram divulgados.

O Wall Street Journal antecipou a informação mais cedo neste domingo (20), sem revelar o nome da pequena subsidiária de defesa da qual a Boeing iria se desfazer.

Segundo o WSJ, a empresa explora vendas de ativos em uma tentativa de impulsionar suas finanças frágeis, desfazendo-se de “unidades não essenciais ou de baixo desempenho”.

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Na semana passada, a Boeing revelou planos de levantar até US$ 25 bilhões em ações e dívidas, em um momento em que sua classificação de crédito está sob risco devido a atrasos na produção, problemas de segurança e uma greve que envolve milhares de trabalhadores em seu principal centro de fabricação nos Estados Unidos.

Vale lembrar que a agência Moody's reduziu a classificação de crédito da Boeing para o patamar mais baixo do grau de investimento, citando a queima de caixa e a perspectiva de que a empresa terá que emitir mais títulos de dívida para pagar débitos de mais de US$ 4 bilhões que vencem em 2025.

A crise da Boeing

Desde o início deste ano, a Boeing vivencia uma “tempestade perfeita”, com uma sequência de turbulências chacoalhando suas finanças. 

Em janeiro, uma aeronave operada pela Alaska Airlines perdeu uma parte da fuselagem durante voo e forçou o piloto a realizar um pouso de emergência em Portland, Oregon. 

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Esse incidente levou a Administração Federal de Aviação (FAA), agência regulatória de aviação dos EUA, a intensificar a fiscalização da Boeing e proibir a companhia de aumentar a produção dos jatos 737 até a implementação de melhorias significativas no controle de qualidade da empresa.

A situação resultou no atraso de entregas de novos aviões da gigante aeroespacial a alguns dos maiores clientes, como a United Airlines, a Southwest Airlines e a American Airlines.

Vale destacar que essa não foi a primeira vez em que a família de jatos 737 Max da Boeing apresentou problemas. Em 2018 e 2019, dois acidentes envolvendo esse modelo resultaram na morte de 346 pessoas e na suspensão global de seus voos por 20 meses.

Desde então, o CEO renunciou o comando da fabricante de aeronaves, a produção de jatos foi desacelerada e, em setembro, 33 mil trabalhadores sindicalizados entraram em greve.

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A expectativa é que os trabalhadores em greve da fábrica da Boeing em Washington votem na próxima quarta-feira (23) uma nova proposta de contrato. 

A decisão poderia colocar fim à paralisação, que interrompeu a produção do modelo mais vendido da fabricante de aviões, o 737 Max, aumentando a pressão sobre as finanças já fracas.

No início deste mês, a Boeing anunciou um corte de 17 mil empregos, o que representa 10% de sua força de trabalho global, além de assumir US$ 5 bilhões em encargos relacionados a essas medidas.

*Com informações de Reuters e CNBC.

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