A assembleia de credores da Oi (OIBR3), que discutia nesta terça-feira (5) a aprovação do novo plano de recuperação judicial da companhia, está suspensa. O novo encontro está marcado para 25 de março e, até lá, a empresa também conseguiu uma prorrogação do stay period — janela em que execuções de dívida estão suspensas.
O adiamento do encontro foi votado a pedido da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e defendido pelos representações das administradoras da RJ da Oi, que entenderam não haver condições de votar o plano hoje.
A assembleia foi instalada com um quórum alto, com 94,7% dos credores presentes. Mas o encontro chegou a ser suspenso por uma hora para que os administradores e as companhias pudessem conversar sobre possíveis alterações no documento.
As ações da Oi têm reações mistas à suspensão. Por volta das 13h30, os papéis ordinários (OIBR3) zeraram a alta que exibiam mais cedo, enquanto as ações preferenciais (OIBR4) avançavam 1,49%.
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O plano não votado da Oi (OIBR3)
Vale destacar que as ações da companhia de telecomunicações subiram forte nos últimos 30 dias, com saltos 37% a 64% apoiados justamente na expectativa de votação do plano de recuperação judicial.
Com dívidas de pelo menos R$ 44,3 bilhões e enfrentando uma segunda recuperação judicial desde março de 2023, a Oi pretende equalizar suas obrigações e dívidas e reestruturar os créditos em um modelo que se adeque à capacidade de pagamento das empresas, com novos prazos, encargos e formas de pagamento.
O plano de reestruturação que deveria ter sido votado hoje prevê um novo financiamento de US$ 650 milhões — o que equivale a R$ 3,2 bilhões nas cotações atuais — e a venda de ativos avaliados em mais de R$ 15 bilhões.
Entre os produtos que foram colocados na prateleira estão a ClientCo — unidade de negócios com os clientes de banda larga — e a participação da V.tal, operadora de fibra óptica que se tornou praticamente o único ativo da Oi.
Vale lembrar que a primeira versão do plano foi apresentada em maio do ano passado, e a empresa esperava assinar até julho um Acordo de Apoio à Reestruturação (RSA, na sigla em inglês) com os credores, o que não aconteceu.