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Após calote em hotéis e ‘sumiço’ em clientes, governo propõe acordo à Hurb — mas pacotes flexíveis de viagens continuam barrados 

Hurb, empresa de viagens

Hurb

A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública) afirmou que há uma proposta de negociação de acordo entre a União e a agência de viagens online Hurb, antigo Hotel Urbano.

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Segundo a secretaria, a União e a empresa podem negociar um termo de ajustamento de conduta (TAC) no processo administrativo sancionador instaurado ano passado contra a companhia.

Apesar da possibilidade, a venda dos pacotes com datas flexíveis ofertados pela companhia continuam suspensos até a assinatura e publicação do TAC. 

O despacho com a proposta de negociação está publicado no Diário Oficial da União (DOU).

A proibição dos pacotes de viagens da Hurb

A Senacon decidiu suspender a venda de novos pacotes com datas flexíveis da Hurb em maio do ano passado "devido a irregularidades encontradas nas práticas comerciais da companhia".

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Antes da proibição, o órgão havia instaurado processo administrativo para investigar eventuais infrações em abril. 

Isso porque, nos últimos anos, a Senacon recebeu diversas denúncias de consumidores que adquiriram pacotes turísticos da Hurb e enfrentaram problemas, como cancelamentos de última hora sem opções de reembolso, acomodações inadequadas em hotéis e divergências entre o que foi ofertado e o que foi entregue.

Os relatos que chegaram ao departamento de proteção e defesa do consumidor (DPDC) ilustravam "uma situação extremamente preocupante, para dizer o mínimo", segundo o segundo texto publicado no DOU na época.

De acordo com a publicação, as evidências reunidas sugerem que a Hurb "desencadeou um agressivo processo de capitalização ao longo do período da pandemia de covid/2019, oferecendo um serviço para ser fruído em momento futuro, sem se preocupar em reunir condições efetivas ou lastro financeiro para cumprimento das suas obrigações contratuais correspondentes".

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O histórico dos problemas 

Fundada em 2011 no Rio de Janeiro como Hotel Urbano, o Hurb deu um salto de vendas em 2020 em meio à pandemia do coronavírus.

A startup passou a oferecer pacotes de viagem a preços bem mais baixos que o convencional para viagens quando ocorresse a reabertura da economia.

As coisas iam bem até meados de 2022 — quando a conta parou de fechar e as reclamações dos clientes passaram a se acumular em julho daquele ano. A reabertura veio, mas muita gente pagou e não viajou.

Não bastasse a avaliação negativa pela falta de cumprimento das viagens, a companhia também se envolveu em polêmicas com a exposição de dados de clientes, e o CEO João Ricardo Mendes renunciou ao cargo em abril de 2023.

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O fundador do Hurb xingou e expôs dados pessoais de um cliente que reclamava do serviço, além de ter divulgado um vídeo em que ironizava as reclamações contra a empresa.

Já em junho do ano passado, após demitir cerca de 400 funcionários — o equivalente a cerca de 40% do total de colaboradores —, a Hurb atrasou o pagamento do salário e da rescisão dos profissionais desligados.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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