Site icon Seu Dinheiro

Acionistas barrados: B3 empata assembleia que pode tirar as ações da Kora Saúde (KRSA3) do Novo Mercado

Cerimônia do IPO da Kora Saúde (KRSA3) na B3

Cerimônia do IPO da Kora Saúde (KRSA3) na B3

A HIG Capital quer “fechar a lojinha” da Kora Saúde (KRSA3) no Novo Mercado. Mas o caminho para tirar as ações da empresa desse segmento pode não ser tão fácil quanto se esperava - e envolveu até a B3.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

A dona da bolsa brasileira determinou que dois acionistas da Kora não podem participar da assembleia que votaria a saída da empresa do segmento.

Isso porque os sócios em questão — Bruno Moulin Machado e Ivan Lima, médicos fundadores da rede privada de hospitais — são vinculados aos acionistas controladores da empresa.

Juntos, eles detêm quase metade das ações com direito a voto na Assembleia Geral Extraordinária (AGE), que estava originalmente marcada para amanhã (5).

A participação de Bruno e Ivan proporcionaria uma baita vantagem para os planos da HIG Capital.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

No entanto, com os sócios barrados após ofício da B3, os detentores de apenas 35,36% das ações encontram-se habilitados a participar.

A situação levou a Kora a cancelar a AGE, uma vez que não haveria quorum suficiente.

De acordo com as regras da B3, é necessário que a assembleia para votações deste tipo tenha a participação de pelo menos dois terços do total das ações em circulação. 

Em fato relevante ao mercado, a Kora informou que está analisando a decisão da B3 e anunciará uma nova data para a assembleia após prestar esclarecimentos à Bolsa brasileira.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Por que os controladores querem tirar as ações da empresa do Novo Mercado

Segmento de listagem na bolsa brasileira, o Novo Mercado possui os padrões mais rigorosos de governança corporativa da B3.

Para a HIG Capital, a permanência da Kora no Novo Mercado restringe as alternativas disponíveis para a rede de hospitais.

Por isso, a proposta inicial era que a empresa migrasse voluntariamente para o segmento básico de listagem da B3, que tem regras menos rigorosas.

Embora os planos - pelo menos por ora - tenham sido barrados pela B3, a HIG Capital pretende votar uma nova assembleia para fazer uma OPA e comprar as ações de acionistas insatisfeitos ou de fundos que não possam manter ações fora do segmento.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Cenário desafiador 

A crise financeira dos planos de saúde após a pandemia de covid-19 e a alta de juros no Brasil compõem o cenário desafiador no qual a Kora, assim como outras empresas privadas do setor de saúde, vem enfrentando nos últimos anos, segundo sua controladora.

Desde o IPO da companhia, em 2021, os papéis acumulam queda de quase 90%. 

Por conta disso, a HIG Capital alega que, considerando a alavancagem atual da companhia, as taxas elevadas têm "drenado parte fundamental da geração de caixa que deveria ser destinada à operação" e atualmente vai para o pagamento de despesas.

Onde investir neste mês? Veja 10 ações em diferentes setores da economia para buscar lucros. Baixe o relatório gratuito aqui.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Grupo de fundos insatisfeito

A saída da Kora Saúde (KRSA3) do Novo Mercado pode ser mais complicada, já que um grupo de fundos de investidores minoritários não aprova o modelo proposto de votação e de pagamento pelas ações da companhia de saúde na Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA).

Vale lembrar que a OPA é o caminho “contrário” da Oferta Pública Inicial de Ações (IPO). A OPA é voltada para as empresas que desejam sair do mercado de capitais. 

Embora Machado e Lima não sejam controladores da Kora Saúde, a dupla faz parte de um acordo de acionistas com o controlador. Essa situação deixou um grupo de minoritários insatisfeitos, por considerarem um abuso do poder de controle.

Exit mobile version