O dólar iniciou a “corrida dos touros” nesta semana. No pico do dia, a moeda norte-americana chegou a valer R$ 5,9289 no mercado à vista, enquanto o Ibovespa mergulhou nas mínimas e perdeu os 128 mil pontos.
O mercado financeiro local vem operando com “ansiedade fiscal” ao longo desta semana, à espera do tão aguardado pacote de corte de gastos do governo federal.
Mas tudo indica que a expectativa pelas medidas de contenção de despesas deve chegar ao fim nesta quarta-feira (27), quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, faz um pronunciamento em rede nacional às 20h30.
Além do anúncio de corte de gastos, o ministro da Fazenda deve anunciar a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, outra promessa do governo Lula — um ponto controverso que ajudou o dólar a disparar hoje.
Segundo rumores, horas antes da mensagem de Haddad ir ao ar, a equipe econômica ainda tentava dissuadir o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de anunciar a isenção do IR junto com o pacote de gastos.
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Dólar, ansiedade fiscal — e o tamanho do corte
Não se fala em outra coisa nos mercados financeiros na última semana. Os investidores e analistas esperam ansiosamente pelo anúncio de corte de gastos públicos para 2024 e 2025 para cumprir o novo arcabouço fiscal, um substituto ao teto de gastos.
Já faz algumas semanas que o Ibovespa, o dólar e os juros futuros entraram em estado de alerta com a demora no anúncio. Até mesmo uma viagem de Haddad foi cancelada para tentar acelerar o pacote.
Os analistas do Itaú BBA entendem que houve uma percepção de aumento do risco doméstico e, para cumprir o arcabouço em seu formato original, seria necessário um ajuste de despesas de pelo menos R$ 60 bilhões nos próximos dois anos: R$ 25 bilhões em 2025 e R$ 35 bilhões em 2026.
No entanto, operadores do mercado já falam em um ajuste de R$ 70 bilhões, com um corte de R$ 30 bilhões já no ano que vem, para cumprir a meta fiscal.