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Uma notícia boa e duas ruins para Campos Neto diante da melhora da projeção do PIB na Focus

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central

Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central.

Os economistas de mercado voltaram a aumentar as projeções para o PIB brasileiro em 2024. Divulgada na manhã desta segunda-feira (19), a mais recente edição do boletim Focus indica que a projeção para o crescimento da economia passou de 2,20% na semana passada para 2,23% agora.

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Parece pouco, mas há um mês a mediana das projeções da Focus indicava uma expansão de 2,15% do PIB do Brasil este ano.

Além disso, a pesquisa vem à tona apenas alguns dias depois de o IBC-Br de junho ter surpreendido para cima. De novo.

Considerado uma prévia do PIB, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) apontou expansão de 1,37% em junho.

Segundo analistas, o avanço do IBC-Br em junho confirmou a percepção de que os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul sobre a atividade foram menos intensos do que o esperado.

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Quando o PIB mais forte vira uma notícia ruim

O fato é que a melhora das projeções do PIB é bem-vinda.

No momento atual da economia brasileira, porém, ela embute duas más notícias.

Um dos participantes que enxergam a possibilidade de alta dos juros é o ex-diretor do BC Reinaldo Le Grazie.

Em entrevista ao podcast Touros e Ursos, ele disse que “não sobrou nada ao Copom a fazer exceto subir a Selic”.

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Selic pode subir, cair ou ficar parada — A Missão

Entretanto, isso não é um consenso. Pelo menos por enquanto. Outra parte do mercado acredita que a Selic, atualmente em 10,50% ao ano, já se encontra em níveis suficientemente restritivos.

O economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, considera que, a despeito da atividade ainda bastante forte, a retomada do ciclo de alta na Selic ainda não é uma certeza.

"É uma situação que merece atenção. Se as expectativas de inflação não cederem, o BC será instado a subir o juro."

Por sua vez, o economista André Perfeito afirma que uma nova alta da Selic em um momento no qual o Federal Reserve se prepara para começar a baixar os juros nos Estados Unidos pode se mostrar desnecessária.

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Uma sinalização disso encontra-se na própria Focus. Embora a projeção para a inflação oficial de 2024 tenha subido pela quinta semana seguida, alcançando agora 4,22%, o valor segue inferior à meta.

Além disso, a mediana das expectativas do mercado para a Selic no fim do ano segue em 10,50%.

Em contrapartida, a mesma Focus sugere que o Copom tende a ser mais comedido em relação a um eventual ciclo de cortes. A projeção para a Selic ao fim de 2025 subiu para 10,00%, de 9,75% há uma semana.

Não é só Campos Neto que fala em possível alta de juros

Seja como for, os atuais diretores do Banco Central mantêm na mesa a possibilidade de subir os juros em caso de necessidade.

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Na semana passada, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que “se aumentar os juros for necessários, nós aumentaremos”.

Cotado como favorito para suceder Campos Neto à frente da autarquia, o diretor de política monetária do BC, Gabriel Galípolo, admitiu que a possibilidade está na mesa.

*Com informações do Estadão Conteúdo.

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