Quando uma era começa ou termina? A discussão é um dos passatempos prediletos de historiadores, arqueólogos e também de jornalistas. Rende horas de conversa e o debate nunca acaba. Ou quase nunca.
Isso porque uma era acaba de chegar ao fim — e vai ser difícil argumentar o contrário. O BoJ, como é conhecido o banco central japonês, promoveu nesta terça-feira a primeira elevação de sua taxa básica de juros em 17 anos.
O movimento pôs fim a uma era de juros negativos no país asiático. Sim, juros negativos. Durante oito anos, o investidor pagou para emprestar dinheiro para o governo japonês. Haja credibilidade — e necessidade de aquecer a economia.
Hoje, o BoJ tirou a taxa de referência de -0,1% ao ano para a faixa de 0,0 a 0,1%. Parece pouco, mas o Japão era o último país do mundo a manter juros negativos.
Décadas de estagnação econômica fizeram com que a grande ambição dos banqueiros centrais japoneses fosse gerar inflação.
Pois eles conseguiram. Não sem uma forcinha da pandemia, é verdade. Agora o aprendizado será manter os preços sob controle em meio aos consistentes ganhos salariais no país.
Depois da decisão, o presidente do BoJ, Kazuo Ueda, enfatizou que as condições monetárias permanecerão acomodatícias, mas não descartou a possibilidade de novas altas de juros se a inflação pressionar.
De qualquer modo, analistas de mercado antecipavam essa possibilidade havia alguns meses. No fim, a sinalização de que a política acomodatícia será mantida até ajudou a bolsa de Tóquio a subir hoje.
Nas bolsas da Europa e em Wall Street, os investidores aproveitam a agenda esvaziada do dia para calibrar as expectativas em relação à decisão de política monetária do Fed, o banco central norte-americano, esperada para amanhã à tarde.
Por aqui, o Ibovespa deve reagir hoje ao andamento da temporada de balanços, com o lucro do Magazine Luiza e o prejuízo da Braskem em destaque.
Ao mesmo tempo, os investidores aguardam para saber quais serão as sinalizações do Copom ao término de sua reunião no início da noite de quarta-feira.
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O que você precisa saber hoje
NOVO ÍNDICE DA B3
B3 lança índice do “termômetro do risco”; saiba como o índice deve funcionar. Versão brasileira do indicador de volatilidade VIX, o índice VXBR vai medir a percepção de risco do mercado a partir das opções de Ibovespa; saiba mais.
A BOLA ROLOU...
Magazine Luiza (MGLU3): reversão de prejuízo em lucro no 4T23, geração de caixa e melhora de margens — mas o ano ainda foi difícil; veja os números. Apesar da virada na reta final, 2023 não foi um ano fácil para a varejista, que teve um prejuízo ajustado de R$ 550,1 milhões.
DINHEIRO NO BOLSO
Itaúsa (ITSA4) lucra R$ 14 bilhões em 2023 e vai depositar mais de R$ 700 milhões na conta dos acionistas; veja quem terá direito aos proventos. A companhia, que registrou lucro líquido recorrente de R$ 14,1 bilhões em 2023, decidiu antecipar parte dos proventos do próximo exercício.
PERDEU O BRILHO
Vivara (VIVA3): fundador tenta acalmar mercado após reassumir cargo de CEO, mas ação amplia tombo na B3; saiba o que ele disse aos analistas. A ação chegou a cair mais de 15% em reação ao anúncio da renúncia de Paulo Kruglensky; saiba por que o mercado torceu o nariz para a dança das cadeiras da joalheira.
IR 2024
Como declarar aposentadorias e pensões da Previdência Social no imposto de renda. Aposentados e pensionistas da Previdência Social têm direito à isenção de imposto de renda sobre uma parte de seus rendimentos. Veja os detalhes de como declará-los no IR 2024.
Uma boa terça-feira para você!