As bolsas de valores internacionais amanheceram com leves tons de vermelho nesta quinta-feira. O recuo de hoje sucede a leve alta da véspera nos mercados de ações e antecede a retrogradação de Saturno e Netuno nos céus dos mais místicos.
É certo, porém, que Saturno retrógrado nada tem a ver com o que sucede nos mercados financeiros. O movimento teria relação com a revisão dos planos de carreira. Talvez Netuno retrógrado, período marcado por ilusões e fake news.
Mas não! Não é recomendável confiar seu dinheiro aos astros. O que influencia o comportamento dos ativos de risco hoje é uma espécie de alinhamento dos temores mais íntimos dos investidores no que se refere à inflação global.
Não é de agora que as pressões inflacionárias estão em pauta nos mercados financeiros. Foram elas que forçaram os bancos centrais de todo o mundo a subirem os juros no pós-pandemia. A questão agora é: quando as taxas começarão a cair?
Por isso é preciso olhar com atenção para os indicadores da economia norte-americana. Hoje será conhecido o resultado final do PIB dos Estados Unidos no primeiro trimestre do ano. A expectativa dos analistas é de uma desaceleração de 3,4% no 4T23 para 2,9% no 1T24 na leitura anualizada.
Também nesta quinta-feira serão conhecidos os dados trimestrais do PCE. A sigla identifica o índice de inflação de gastos com consumo pessoal nos EUA. Trata-se do indicador inflacionário preferido dos diretores do Fed para pautar sua política monetária.
Nesse sentido, o que deve influenciar mesmo as expectativas dos investidores em relação a quando o Fed começará a cortar os juros é o PCE de maio. No entanto, o indicador mensal será divulgado somente amanhã.
A inflação também não poderia deixar de ser assunto no Brasil. Ontem, o IPCA-15 veio menos salgado do que se esperava.
Também na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto que altera o regime de metas de inflação a partir do ano que vem.
Enquanto isso, o BC divulga hoje o Relatório Trimestral de Inflação (RTI). Para além das projeções macroeconômicas da autoridade monetária para o Brasil, os investidores querem saber detalhes das revisões do juro neutro e do hiato de produto na última ata do Copom.
O que você precisa saber hoje
ENTREVISTA EXCLUSIVA
Gestoras de fundos imobiliários vão se unir? Conhecida pelo ativismo, Capitânia vê consolidação como o caminho natural da indústria de FIIs. O Seu Dinheiro conversou com exclusividade com Flávia Krauspenhar, sócia-fundadora e diretora da asset independente com R$ 25 bilhões sob gestão — sendo quase R$ 10 bilhões apenas na estratégia imobiliária.
PEDRA, PAPEL
Suzano (SUZB3) desiste da aquisição da International Paper e ADRs saltam 12% no pré-mercado em Nova York. A Suzano diz que “alcançou o que entende ser o preço máximo para que a transação gerasse valor para ela, sem que houvesse engajamento da outra parte”.
LUZ VERDE
Após adiamento, fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) é aprovada pelos acionistas. A combinação de negócios entre as juniores foi anunciada no mês passado; acordo formará uma das maiores operadoras de petróleo do Brasil.
'CLUBE DO TRILHÃO'
Obrigada, IA: Amazon dispara e se torna a 5ª empresa dos EUA a ultrapassar US$ 2 trilhões em valor de mercado. Os papéis da big tech fecharam com alta superior a 3% na quarta-feira (26). No ano, o ganho acumulado passa de 26%.
VEIAS MAIS ABERTAS
Bolívia: como o país chegou à tentativa de golpe militar — a reação do Brasil e da comunidade internacional. Essa não é a primeira vez em anos recentes que a Bolívia enfrenta uma tentativa de golpe, que escancara, mais uma vez, a fragilidade institucional do país.
Uma boa quinta-feira para você!