Site icon Seu Dinheiro

Fim da seca de IPOs na B3 é questão de tempo, diz Anbima. Mas o que adiou a retomada das aberturas de capital?

Fundadores do Nubank na cerimônia de início das negociações na B3

Fundadores do Nubank na cerimônia de início das negociações na B3

Após uma estiagem que já dura mais de dois anos, a bolsa brasileira segue à espera da retomada das ofertas públicas iniciais de ações (IPOs). A ampla expectativa para o fim da seca neste ano ainda não se concretizou, mas trata-se apenas de uma questão de tempo.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Pelo menos essa foi a mensagem que os executivos da Anbima passaram no tradicional encontro anual com a imprensa. "A direção não mudou, o que mudou foi o timing", disse Guilherme Maranhão, representante da associação que representa as instituições que atuam no mercado de capitais.

Ele não arrisca dar um prazo, mas aponta que o cenário de queda da taxa básica de juros (Selic) favorece a volta dos IPOs. Esse fator deve atrair mais recursos para a renda variável e, por consequência, para as ações das candidatas a atrair sócios na bolsa.

Vale lembrar que não houve nenhum IPO na B3 desde dezembro de 2021, quando o Nubank fez uma dupla listagem na B3 e em Nova York.

Desse modo, a última emissão "pura" na bolsa brasileira foi a da Vittia, em setembro de 2021. Sob qualquer métrica, contudo, trata-se de um dos maiores períodos de seca da história do mercado de capitais brasileiro.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Até o momento, a única empresa a formalizar a intenção de abrir o capital na B3 em 2024 foi a Oceânica Engenharia, que presta serviços para a indústria de óleo e gás. Mas aparentemente o IPO subiu no telhado, de acordo com informações da imprensa.

Anbima vê o Fed com fator crítico para a seca de IPOs

Ainda que a Anbima siga otimista para os IPOs em 2024, houve uma mudança importante desde o fim do ano passado e que ajudou a adiar a seca: a expectativa para a taxa de juros nos Estados Unidos.

"O Fed foi um fator crítico", disse Fernando Honorato, em referência ao Federal Reserve, o Banco Central norte-americano, e à revisão na expectativa para o início dos cortes de juros na maior economia do planeta.

Seja como for, a associação mantém a expectativa de um ano melhor para as ofertas de ações na comparação com 2023 e 2022.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Enquanto os IPOs e ofertas subsequentes não deslancham, o foco deve se manter na renda fixa. A projeção da Anbima é que as captações via instrumentos como debêntures alcancem patamares semelhantes aos de 2022, quando bateram recorde.

Mudanças nos títulos isentos

O mercado também deve levar um tempo para se adaptar às mudanças que o governo implementou na tributação dos investimentos. A mais recente saiu ontem, com a proibição da criação de fundos de previdência exclusivos.

A nova mudança acontece depois de o governo alterar a tributação dos fundos voltados aos super-ricos e restringir a emissão de títulos isentos de Imposto de Renda.

Para Carlos André, presidente da Anbima, o mercado deve levar até dois meses para medir os impactos das medidas.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Mas de modo geral ele entende que as mudanças vão na direção correta ao reduzir a assimetria que havia entre diferentes as classes de investimentos.

LEIA TAMBÉM:

Exit mobile version