Todo mundo sabe que o ano só começa de fato depois do Carnaval e agora que a folia está chegando ao fim, o investidor já tem pistas do que esperar para 2024. O Bank of America (BofA) fez uma pesquisa na América Latina e traçou os possíveis cenários para o dólar, para a bolsa e para a taxa de juros no Brasil a partir de agora.
De cara, o levantamento mostra que o grau de otimismo com a bolsa brasileira em 2024 diminuiu, ao mesmo tempo que a aposta de dólar mais forte aumentou.
Agora, 47% dos participantes do mercado esperam que o Ibovespa fique acima de 140 mil pontos no final do ano contra 63% da pesquisa anterior, feita em janeiro. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
Para o câmbio, cresceu este mês a aposta de dólar no intervalo de R$ 4,81 a R$ 5,10. No mês passado, 70% dos gestores previam dólar abaixo de R$ 4,80 — um número que caiu para menos de 20% hoje.
Um cenário onde o real é valorizado está em linha com a visão para o dólar no mundo: 28% dos participantes do mercado acreditam que a moeda norte-americana ficará mais fraca este ano no mundo. No levantamento de janeiro, eram 77%.
O Bank of America ouviu 32 gestoras que administram US$ 57 bilhões na América Latina. A maioria deles está com apostas abaixo da média do mercado em China e acreditam que os estímulos anunciados pelo governo de Xi Jinping não serão suficientes.
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Além da bolsa e do dólar
Além de bolsa e dólar, o BofA também ouviu os gestores sobre alguns dos principais indicadores da economia brasileira.
De acordo com a sondagem, 68% esperam que a taxa básica de juros termine o atual ciclo de cortes em 9%. Cerca de 8% dos gestores veem a Selic caindo para abaixo de 8%.
O principal risco para a América Latina é um cenário no qual a taxa de juros nos EUA fique mais alta por mais tempo, seguido da economia da China.
Em relação ao crescimento econômico, a previsão é de Produto Interno Bruto (PIB) acima de 2% em 2024. Em janeiro, apenas 2% previam PIB avançando entre 2% e 3% — número que subiu para 20% agora.
Embora a maioria (60%) espere um crescimento econômico entre 1% e 2% este ano, começa a aparecer uma pequena parcela de investidores (3%) que projeta um PIB acima de 3% para 2024.