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Com mercado de fundos imobiliários aquecido, GIC vê oportunidade para reciclar portfólio no Brasil

Dinheiro caindo do céu sobre prédios representando os dividendos de fundos imobiliários (IFIX) mercado

Assim como as edificações precisam de fundações sólidas para continuarem de pé, o mercado imobiliário precisa de um solo fértil. E a queda dos juros é o melhor adubo para que uma indústria tão dependente de capital e financiamentos floresça novamente e faça com que grandes investidores abram suas ‘estufas’ ao mercado.

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Um desses investidores é o GIC, de Singapura. Fundo soberano da cidade-Estado asiática, o portfólio investe cerca de 13% dos atuais US$ 770 bilhões sob gestão — de acordo com estimativas do Sovereign Wealth Fund Institute (SWFI) — no segmento de Real Estate.

E, com o Brasil atualmente em um ciclo de afrouxamento monetário — o Banco Central se reúne nesta semana e deve promover mais um corte na taxa Selic —, enxerga uma oportunidade para reciclar parte desse portfólio no Brasil.

“Grande parte da nossa exposição é em projetos greenfield, então ter um mercado líquido com fundos imobiliários preparados para comprar ativos prontos é algo que se encaixa bem na nossa estratégia”, afirmou o head da divisão brasileira de Real Estate do GIC, Gastão Valente.

Valente, que participou nesta segunda-feira (29) do Latin America Investments Conference, evento promovido pelo UBS, explicou que, no Brasil, há uma janela de liquidez que costuma durar de dois a três anos. 

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A intenção do fundo é aproveitar esse período para movimentar a carteira nos segmentos de escritórios — atualmente concentrado na cidade de São Paulo —, logística e shopping centers.

Duas vítimas da pandemia no portfólio do GIC

O setor de shoppings, aliás, sofreu muito desde a pandemia de covid-19, por isso a visão internacional do GIC é conservadora. Mas, considerando o mercado local, onde eles foram destaque tanto no mercado de private equity quanto na bolsa, via ações e FIIs, a perspectiva é diferente.

“Temos um portfólio de shoppings relativamente grande que vai bem em vendas e tem um NOI [receita operacional líquida, em tradução literal] expressivo”, cita. O indicador, que calcula a receita gerada pelo negócio e os custos e despesas necessários para operá-lo, é uma das métricas essenciais para o setor.

O segmento de escritórios é outro que foi afetado pelas medidas de restrições sociais. Nos Estados Unidos, onde o fundo também investe, Valente conta que é comum ver notícias sobre gestores sofrendo com dívidas e entregando ativos para os bancos.

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Mas no Brasil a situação “não está tão ruim assim”. O executivo explica que, em São Paulo, há uma grande oferta na região de imóveis na região da Chucri Zaidan que puxa os preços de locação para baixo e âncora esse mercado, enquanto a única região que está indo bem é a do Itaim”. “Mas não é um setor que está em crise porque não há tanta dívida como nos EUA”, pondera.

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