Muito tem se falado do destino de Jair Bolsonaro após os ataques em Brasília. Extradição? Volta ao Brasil por vontade própria? Ninguém sabe ainda o que será do ex-presidente depois do último domingo (8), mas uma coisa é certa: Lula não vai persegui-lo.
Pelo menos foi o que o novo chefe do Planalto garantiu. "Não quero fazer disso o meu mandato. Meu mandato é outro, não é ficar brigando com o Bolsonaro. É brigar contra a fome", afirmou o petista.
Embora não prometa vingança, Lula disse ter ficado raivoso e, agora, está disposto a investigar a invasão às sedes dos Três Poderes em Brasília. Para ele, alguém facilitou a entrada de golpistas no Palácio do Planalto no último domingo. "Eu estou esperando a poeira baixar. Eu quero ver todas as fitas gravadas dentro da Suprema Corte, dentro da Câmara, dentro do Palácio do Planalto. Teve muita gente conivente”, disse.
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Lula também afastou a imagem de paz e amor, ainda que tenha reconhecido que o País já está em normalidade. “O bolsonarismo fanático é uma coisa muito delicada, eles não respeitam ninguém. Seremos duros em fazer a Constituição ser cumprida. Daqui para frente a gente vai ser mais duro, mais cauteloso, mais prudente. Não pode acontecer o que aconteceu neste final de semana”, afirmou.
O presidente, no entanto, não se isentou da responsabilidade. Ele assumiu erros no monitoramento dos atos: “Tínhamos a informação de que os acampamentos estavam diminuindo. Não imaginava que isso ocorreria”.
O petista relatou uma conversa com um comandante militar que teria garantido a ele na véspera que ninguém deixaria os golpistas saírem dos acampamentos no QG do Exército. “Os tanques estavam mais protegendo o acampamento do que Brasília”, disparou Lula, chamando o ato golpista de “estupidez”.