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A vida vai melhorar? Haddad acredita que PIB pode crescer além das expectativas — e volta a cutucar Banco Central por queda nos juros

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Fernando Haddad, ministro da Fazenda

Dados de crescimento econômico e desemprego divulgados nesta semana fizeram o ministro da Economia, Fernando Haddad, afrouxar a gravata, largar a caneta e pegar o violão. Isso porque as falas do chefe da pasta só podem ser resumidas em um verso: a vida vai melhorar.

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Deixando a poesia um pouco de lado, o ministro da Fazenda disse na última sexta-feira (28) que a pasta pode revisar para cima a previsão de crescimento econômico neste ano. Ele cita  a surpresa do mercado com o crescimento da atividade na passagem de janeiro para fevereiro.

Haddad disse, em entrevista a jornalistas, que as previsões de mercado ao Produto Interno Bruto (PIB) melhoraram e alguns bancos já falam em crescimento de 2% em 2023.

“Nós mesmos, da Fazenda, estamos pensando em reestimar para mais a expectativa de crescimento em 2023", comentou.

O ex-prefeito de São Paulo havia se encontrado mais cedo com empresários das indústrias de cerveja e de higiene pessoal no gabinete do ministério na capital paulista. 

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Haddad canta forte e canta alto — mas tom é questionado

Conforme mostrou a divulgação do IBC-Br, índice do Banco Central considerado uma prévia do PIB, a economia brasileira cresceu 3,32% em fevereiro contra janeiro, acima da taxa de 1,1% aguardada pelo mercado na mediana das previsões coletadas pelo Projeções Broadcast.

Entretanto, os números do desemprego ficaram acima da taxa registrada nos três meses imediatamente anteriores.

Questionado sobre o avanço da taxa de desemprego, que marcou 8,8% no primeiro trimestre — contra 7,9% do último trimestre de 2022 —, o ministro preferiu destacar a melhora do dado no comparativo anual. Frente aos três primeiros meses do ano passado, quando a desocupação estava em 11,1%, a taxa, comentou Haddad, ficou "bem menor".

Ele pontuou que, em março, a geração de empregos formais apontada ontem no Caged foi "o dobro da esperada pelo mercado".

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Um chamado para Campos Neto cantar junto

Se quem canta seus males espanta, em cima do morro ou lá no asfalto, o mal que o governo quer espantar é o da taxa de juros. A Selic segue no patamar de 13,75% ao ano e sem previsão de queda.

Como não poderia deixar de ser, o ministro aproveitou também o tema para falar sobre os juros altos.

"Ela taxa de desemprego pode ser ainda menor se fizermos os ajustes necessários para a taxa de juros cair", disse o ministro, acrescentando que vê "espaço importante" para os juros recuarem, reativando assim a economia e os investimentos.

"Estamos insistindo muito que temos que ajustar a taxa de juros para a economia voltar a crescer", assinalou.

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Haddad quer harmonia entre governo e BC

Ao falar sobre sua expectativa para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem, o ministro da Fazenda disse que o governo já criou condições para a taxa de juros voltar a cair "a qualquer momento".

"O Banco Central tem autonomia para decidir, mas o governo está fazendo a sua parte". Segundo o ministro, os esforços do governo em reequilibrar as contas públicas para a economia crescer com sustentabilidade são reconhecidos pelo Banco Central. 

"Abrimos espaço para uma redução da taxa de juros, que pode acontecer a qualquer momento", disse Haddad, reiterando o compromisso do governo de "arrumar a casa" no primeiro ano do mandato.

‘A vida vai melhorar / mas é claro que vai melhorar’

Referindo-se à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) favorável ao governo sobre a inclusão de benefícios fiscais de ICMS na base de cálculo de impostos federais, Haddad avaliou que a administração federal está conseguindo angariar apoio para eliminar o máximo possível os gastos tributários.

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Essa é uma conta que representa, segundo Haddad, perdas equivalentes a 1,5% do PIB, algo como R$ 150 bilhões, aos cofres da União.

O ministro voltou a dizer que, corrigindo distorções do sistema tributário, o arcabouço fiscal proposto pelo ministério, cujo objetivo é reverter o déficit primário, fica em pé, assegurando sustentabilidade para o crescimento econômico no longo prazo.

Haddad espera que BC siga a partitura

Depois de citar a ociosidade em cadeias como a de produção de veículos, o ministro pontuou que o hiato do produto — isto é, o desempenho do PIB abaixo do potencial — permite ao Brasil crescer sem pressão inflacionária. "Vamos poder produzir mais, sem pressão inflacionária e com espaço para a queda da taxa de juros."

O ministro afirmou também que o governo não pode deixar de tomar todo mês medidas, em áreas como crédito e mercado de capitais, para a economia crescer satisfatoriamente. "Não podemos brincar com a economia", frisou.

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Questionado se espera um corte dos juros na reunião do Copom da semana que vem, Haddad considerou que o mais importante é uma sinalização do início do ciclo de afrouxamento monetário para que as empresas voltem a investir pesadamente no Brasil.

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