Israel é um aliado dos EUA de longa data e, até a eclosão da guerra entre Rússia e Ucrânia, era o país que mais recebia ajuda militar de Washington. Neste sábado (7), o Hamas realizou um ataque surpresa ao território israelense, levando o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu a declarar guerra ao grupo que controla a Faixa de Gaza.
Era esperado, portanto, que o presidente norte-americano, Joe Biden, manifestasse publicamente a condenação da ofensiva e o apoio ao direito de Israel de se defender.
“Os EUA seguem apoiando Israel. Falei com Netanyahu nesta manhã e reforcei o entendimento de que Israel tem o direito de se defender dos ataques terroristas de hoje. Não há explicação para ataques terroristas”, disse Biden em um pronunciamento na Casa Branca nesta tarde.
Vale lembrar que o apoio de Biden acontece mesmo com as diferenças entre o presidente norte-americano e o premiê israelense. O governo de Netanyahu é formado por uma coalizão de extrema-direita, com grupos que desprezam qualquer possibilidade de negociação com os palestinos e que tentaram tomar de assalto o Judiciário em Israel.
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Vai ajudar Israel como, Biden?
A primeira coisa que vem à cabeça quando o assunto é ajuda dos EUA a Israel é dinheiro e equipamentos militares.
Em condições normais, Biden certamente se comprometeria com recursos financeiros ao seu antigo aliado. Acontece que o presidente norte-americano enfrenta uma guerra dentro de sua própria casa.
O democrata venceu há pouco tempo a queda de braço com o Congresso para manter seu governo funcionando — uma vitória temporária, já que a autorização de gastos tem validade de 45 dias.
Além disso, Biden já vem tentando convencer os legisladores a ampliar os gastos militares para continuar financiando a Ucrânia na guerra contra a Rússia, portanto, pedir ainda mais dinheiro para apoiar Israel não parece um plano com chances de sucesso.
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Ainda tem a eleição nos EUA
Não bastasse esse desgaste político interno, Biden ainda tem pelo caminho a corrida presidencial de 2024 — qualquer pisada de bola do democrata é um prato cheio para seus rivais, em especial o republicano Donald Trump.
Neste momento, Trump surge como o principal nome do Partido Republicano para concorrer às eleições de novembro do ano que vem.
E ele não perdeu tempo. Em um discurso em Iowa, Trump não poupou críticas: “o ataque foi feito porque somos vistos como fracos e ineficazes e com um líder realmente fraco”.