Site icon Seu Dinheiro

Adeus, dólar! (parte 5): Banco Central da Argentina promove encontro para difundir transações em yuan entre empresas — e recebe ‘bênção’ do FMI

Adeus, dólar! (parte 5) Banco Central da Argentina promove encontro para difundir transações em yuan entre empresas — e recebe ‘bênção’ do FMI

A crise na Argentina ganhou mais um capítulo com o interesse do Banco Central do país (BCAR, em espanhol) numa eventual aceleração do processo de troca  do dólar pelo yuan — ou renminbi, como é chamada a moeda da China — para transações internacionais. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Se você não está por dentro do aumento da importância da moeda chinesa no cenário internacional, recomendo ler a sequência de matérias especiais sobre o abandono do dólar por países emergentes. Aqui você pode ler as partes quatro, três, dois e um.

O BCRA organizou um encontro com entidades financeiras locais para falar sobre os benefícios do uso do yuan como moeda de trocas internacionais e difundir a operação entre os entes do mercado financeiro local. Miguel Ángel Pesce, presidente da autoridade monetária portenha, presidiu a palestra. 

O uso de moeda chinesa no lugar  do dólar tem sido o mecanismo utilizado pelo país para escapar da crise cambial. Uma intensa seca nas plantações da Argentina reduziu as exportações e fez a nação vizinha ter uma forte escassez de dólares em caixa

A mudança foi vista com bons olhos, especialmente por um dos principais credores do país: o Fundo Monetário Internacional (FMI) — a quem a Argentina deve US$ 45 bilhões.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O fundo já havia incorporado o yuan em sua cesta de moedas de trocas internacionais em 2016 e destacou que “o BCRA aderiu cedo a esta tendência global com o primeiro swap cambial feito com o Banco Popular da China [PBoC, na sigla em inglês]”. 

Argentina: por que trocar dólar por yuan?

O debate econômico tomou o centro do país antes das eleições, que devem acontecer em outubro deste ano. Candidatos de todos os campos políticos tentam dominar a narrativa sobre o que fazer com as contas públicas argentinas. 

Afinal, a inflação por lá deve chegar a 120% ao ano, segundo expectativas do mercado. As reservas internacionais em dólar caíram 18,6% no mesmo período, somando aproximadamente US$ 35 milhões segundo o balanço mais recente do BC da Argentina.

“O sistema de pagamento em yuan contribui para objetivos mais abrangentes, como a gestão prudente das reservas internacionais, além de facilitar a produção, o emprego, as exportações nacionais, e preservar as condições de crescimento e estabilidade financeira da Argentina”, acrescentou o FMI no encontro com o BCRA.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Como funcionará o sistema de trocas

Segundo o documento do BCRA, o Banco Industrial e Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês), o maior banco em ativos sob custódia do mundo, fará a compensação das trocas em yuan. 

A instituição será utilizada como clearing house, ou seja, poderá fazer transações tanto em pesos argentinos quanto em yuans, sem a necessidade do uso do dólar. O esquema abaixo facilita o entendimento de como essa operação irá acontecer:

Fonte: ICBC / Banco Central de la República Argentina (BCRA)
Exit mobile version