As cerca de 200 pessoas capturados pelo Hamas a Israel há duas semanas alimentam a incerteza em torno de um possível desfecho do conflito. Até agora não se sabe o que o grupo militante palestino pode fazer com os reféns ou se vai usá-los como moeda de troca como já aconteceu no passado.
Nesta sexta-feira (20), no entanto, deu moveu uma peça nesse tabuleiro e libertou dois reféns norte-americanos, uma mãe e uma filha, de acordo com a NBC News.
O presidente dos EUA, Joe Biden, agradeceu aos governos do Catar e de Israel por ajudarem na libertação dos reféns pelo Hamas.
- [Conflito Israel-Hamas] ‘Boom’ do petróleo pode fazer essa ação do setor disparar até 70% na Bolsa; conheça gratuitamente aqui
“Nossos concidadãos passaram por uma provação terrível nos últimos 14 dias e estou muito feliz por eles se reunirem em breve com sua família, que está assolada pelo medo”, escreveu Biden em um comunicado.
Citando uma fonte próxima da situação, a Reuters informou que os reféns libertados foram entregues ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha.
Segundo o Hamas, mais 50 reféns estão com outros grupos armados próximos e mais de 20 foram mortos por ataques aéreos israelenses.
O grupo militante palestino emitiu um comunicado logo após a libertação dos reféns norte-americanos, dizendo que está trabalhando com mediadores no Egito, Catar e outros “países amigos”.
“Este compromisso permanece firme enquanto nos esforçamos para promulgar a nossa decisão de libertar indivíduos de nacionalidade estrangeira sob custódia temporária, como e quando as circunstâncias de segurança o permitirem”, diz o comunicado.
A invasão por terra vem aí?
A libertação dos dois reféns, no entanto, não vai parar Israel no front da guerra.
As Forças de Defesa de Israel (FDI) estão se preparando para os próximos estágios na luta contra o Hamas, segundo o porta-voz das FDI, Daniel Hagari.
“A principal prioridade do país é devolver todos os sequestrados e localizar os desaparecidos, de todas as formas possíveis: civil, de inteligência e militar”, disse Hagari durante uma conferência de imprensa em Tel Aviv.
“Ao mesmo tempo, continuamos a guerra contra o Hamas e nos preparando para as próximas etapas da guerra. Neste momento, as passagens estão fechadas e nenhum equipamento (ajuda) entra na Faixa (de Gaza)”, continuou.
A resposta de Hagari veio depois que ele foi questionado sobre futuras negociações sobre a libertação de reféns, dizendo que as FDI estão fazendo um “grande esforço e priorizando o retorno de todos os reféns”.
PODCAST TOUROS E URSOS - Israel em chamas: o impacto do conflito com Hamas nos investimentos
Líbano x Israel
O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdallah Bou Habib, está pedindo a Israel que declare um cessar-fogo de 48 horas, dizendo à CNN que "então saberemos exatamente quem está começando o quê".
Habib disse que seu país está muito preocupado com a possibilidade de a guerra se espalhar pela região.
"Realmente não queremos a guerra. O governo não quer a guerra. Estamos dialogando com os vários grupos. Mas é incontrolável porque tudo depende do que aconteceu em Gaza", disse Bou Habib.
Enquanto Israel se prepara para a próxima fase da guerra com o Hamas em Gaza, o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem entrado em confronto com as forças israelenses através da fronteira no norte de Israel e no sul do Líbano.
*Com informações da CNBC e da Reuters