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À meia-noite: decisão da Ucrânia contra a Rússia pode colocar o mundo em um risco ainda maior

Presidente russo, Vladimir Putin, sentado em uma mesa com fone ouvido

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Ao fundo, o ministro Sergei Lavrov.

Desde que o corredor de exportação de grãos da Ucrânia foi fechado pela Rússia, a tensão entre os dois países só aumenta — com medidas retaliatórias no estilo “toma lá, dá cá” que podem colocar a segurança do mundo em risco. 

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Dessa vez não estamos falando de ataques com as polêmicas bombas de fragmentação ou do uso potencial de armas nucleares: a ameaça agora é à segurança alimentar global. 

Quando o acordo que permitia à Ucrânia retomar grande parte de suas exportações de grãos por um corredor no Mar Negro expirou na segunda-feira (17), alimentou preocupações sobre um importante elo na cadeia global de distribuição de trigo, milho e óleo de girassol, entre outros produtos.

A situação se agravou um dia depois, quando a Rússia destruiu atingiu portos ucranianos, um deles o de Odessa — uma das principais saídas da Ucrânia para o mar. 

Essa história ganhou mais um capítulo nesta quinta-feira (20), quando o governo ucraniano disse que pode classificar todos os navios que atravessam o Mar Negro em direção aos portos russos como potenciais transportadores de carga militar a partir da meia-noite de sexta-feira — um dia depois de a Rússia fazer o mesmo com os navios com destino à Ucrânia.

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A segurança alimentar

A grande questão é que esse “toma lá, dá cá” entre Rússia e Ucrânia coloca a segurança alimentar global cada vez mais em risco. 

Para se ter uma ideia, no ano comercial de 2023-2024 (julho-junho), a Ucrânia e a Rússia juntas devem responder por quase 27% do comércio global de trigo. 

Dados do Departamento de Agricultura dos EUA mostram ainda que a Ucrânia sozinha pode fornecer quase 10% dos embarques globais de milho.

Além de colocar a segurança alimentar em risco, as ações de Rússia e Ucrânia envolvendo o embarque de grãos têm um outro efeito: a inflação.

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Em todo o mundo, os bancos centrais lutam para conter a pressão sobre os preços usando taxas de juros elevadas e uma situação como essa tende a piorar o quadro econômico. 

Os ataques da Rússia não param

Mesmo com tudo isso, os ataques russos não param. Moscou já lançou dezenas de ofensivas contra cidades portuárias ucranianas de Odessa e Mykolaiv. 

O governo russo chegou a admitir que esses ataques são uma retaliação ao que chamou de ação terrorista da Ucrânia contra uma ponte na Crimeia.

De acordo com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski, as áreas visadas pela Rússia armazenam cerca de 1 milhão de toneladas de alimentos. 

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O ataque de ontem, por exemplo, atingiu um terminal portuário que continha 60 mil toneladas de produtos agrícolas destinados à China, ainda de acordo com Zelenski. 

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*Com informações da CNBC

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