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A mão de ferro de Netanyahu: entenda a polêmica decisão de “Bibi” que levou a uma onda de fúria em Israel

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel

Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

As ruas de Jerusalém foram tomadas por protestos sem precedentes na história recente de Israel — o país está prestes a passar por uma reforma do sistema judiciário. Mas não foi a polêmica mudança que levou uma multidão a contrariar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. 

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O gatilho para as greves e manifestações em massa foi outra: a decisão de Bibi, como Netanyahu é conhecido, de demitir o ministro da Defesa depois que ele se manifestou contra a reforma. 

Em eventos sem precedentes, o maior sindicato do país convocou uma greve e os israelenses viram a sociedade se fechar.

Do aeroporto principal às lojas e bancos — até mesmo em hospitais — os serviços foram interrompidos. O líder da oposição, Yair Lapid, classificou a situação como "a maior crise da história do país".

A ação coordenada foi projetada para afastar Netanyahu da iminência de aprovar as reformas até o final desta semana.

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Afinal, o que Netanyahu quer?

A reforma do judiciário que Netanyahu está tentando emplacar deve aumentar ainda mais os poderes do primeiro-ministro israelense. 

Isso porque o atual governo — um dos mais direitistas de todos os tempos em Israel — está tentando assumir o controle decisivo sobre o comitê que nomeia os juízes.

Com a mudança, o parlamento teria autoridade para anular as decisões da Suprema Corte com uma maioria simples e tornaria difícil declarar um primeiro-ministro inapto para o cargo e removê-lo do poder.

Segundo Netanyahu, as mudanças impediriam que os tribunais extrapolassem seus poderes, mas os críticos alegam que a reforma ajudaria Bibi, enquanto enfrenta um julgamento por corrupção. 

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Ele foi julgado por acusações de suborno, fraude e quebra de confiança em três casos. O primeiro-ministro nega qualquer irregularidade e afirma ser vítima de uma "caça às bruxas".

Onda de fúria toma conta de Israel

As mudanças propostas provocaram uma onda de fúria em quase todas as partes da sociedade israelense, incluindo o poderoso exército, desde que foram anunciadas em 4 de janeiro.

Quando Netanyahu finalmente se dirigiu à nação nesta segunda-feira (27), ele foi rápido em atribuir culpas para justificar suas intenções. 

O primeiro-ministro acusou, por exemplo, uma minoria extremista de tentar dividir a nação e criticou os reservistas que se opuseram ao projeto de lei dizendo que não se apresentariam para o serviço.

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O adiamento da reforma proposto por Netanyahu lhe dará tempo, mas não resolverá o problema — os manifestantes querem que o projeto de lei seja descartado, não adiado.

Por isso, mais protestos podem estar a caminho. O parceiro de coalizão de extrema-direita de Netanyahu, o partido Poder Judaico, disse que retirou o veto a qualquer atraso na aprovação das reformas em troca de uma garantia de que o premiê as aprovaria durante a próxima sessão do parlamento — o que pode acontecer a qualquer momento a partir do final de abril, quando o Parlamento retornar após um recesso que começa no domingo.

*Com informações da BBC e da CNN Internacional

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