Na saga das empresas em busca de dinheiro novo em um cenário de juros altos e restrição de crédito, a Via (VIIA3) conseguiu recursos para rolar a dívida de curto prazo.
A dona das Casas Bahia e Ponto Frio concluiu uma captação de R$ 1,119 bilhão com uma emissão de debêntures — títulos de crédito corporativo.
Mas, ao contrário do que a varejista costuma oferecer na venda de seus produtos, os investidores não deram "desconto" para a companhia.
A Via vai pagar uma taxa equivalente ao CDI (semelhante à Selic) mais 4,10% ao ano aos credores das debêntures — ou quase 18% ao ano.
O custo supera à média da companhia, que era de CDI + 2,1%, de acordo com o balanço do primeiro trimestre. A Via encerrou março com uma dívida bruta de R$ 4,1 bilhões e um caixa líquido de R$ 550 milhões.
O prazo de vencimento das debêntures é de dois anos. Até lá, a expectativa é que o custo diminua, já que o Banco Central deve começar a reduzir a taxa básica de juros a partir do segundo semestre.
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Via: o destino dos recursos
A Via pretende usar o dinheiro das debêntures para rolar dívidas de curto prazo. Mais especificamente, a varejista vai pagar cédulas de crédito bancário (CCBs) com vencimento de parcelas no segundo e terceiro trimestres de deste ano. Além disso, a companhia vai resgatar as notas comerciais que vencem neste trimestre.
Empresas do setor de varejo como a dona das Casas Bahia estão entre as que mais sofrem em períodos de juros altos. As ações da Via (VIIA3), aliás, sentiram o baque e acumulam uma queda de mais de 80% desde o último pico, em junho de 2021, de acordo com dados do Trademap.
No acumulado deste ano, os papéis da varejista acumulam alta de 6,25% e fecharam a sexta-feira cotados a R$ 2,55.