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Prejuízo da Casas Bahia (BHIA3) deve triplicar no terceiro trimestre em meio à reestruturação financeira; veja o que esperar do balanço

Mascote da Casas Bahia, baianinho, se escondendo em arbusto

Mascote da Casas Bahia (BHIA3) em montagem com arbusto

Uma série de empresas varejistas brasileiras enfrentaram dificuldades financeiras recentemente e com a Casas Bahia (BHIA3), antiga Via, não foi diferente.

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A companhia já iniciou uma reestruturação financeira, que incluiu a mudança da marca e uma capitalização, mas as ações não devem impedir que os resultados do terceiro trimestre sejam negativos.

Com a divulgação prevista para amanhã (8) depois do fechamento dos mercados, a expectativa da Genial Investimentos é que o prejuízo da rede de varejo triplique no terceiro trimestre na comparação com o mesmo período de 2022.

Na previsão dos analistas da corretora, a Casas Bahia terá um prejuízo de R$ 689 milhões no trimestre, impactado pela forte retração de rentabilidade após um saldão dos estoques. 

Além da menor rentabilidade, o alto nível de endividamento também colabora para o impacto “devastador” na última linha do resultado do grupo. 

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Saldão de estoques vai ajudar nas vendas da Casas Bahia?

Já em relação à receita líquida da Casas Bahia, a Genial destaca que três efeitos que devem ser levados em consideração para entender a dinâmica de vendas no trimestre:

Apesar dos problemas ainda existentes e do aumento do prejuízo, correlacionando esses três efeitos, os analistas acreditam que o plano de ajuste de estoque da Casas Bahia, iniciado ainda no segundo trimestre, deve apimentar os ânimos do varejo e-commerce neste resultado.

A leitura é que o saldão de estoques, embora impacte na rentabilidade, deve compensar o impacto negativo do fechamento de lojas e menor “poder de fogo” de crédito neste trimestre.

A estimativa da corretora é que o volume bruto de mercadorias (GMV) seja de R$ 9,1 bilhões, uma queda de 2,1% na comparação anual e de 11,3% frente ao segundo trimestre. 

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O marketplace (3P) da companhia deve seguir crescendo, faturando R$ 1,2 bilhão (+9,5% na base anual) no trimestre.

Já as lojas físicas, apesar do fechamento de 31 unidades, que naturalmente traz uma desaceleração de receita para a companhia, devem registrar GMV de R$ 5,1 bilhões, uma alta de 0,4% na base anual e queda de 7,1% na base trimestral.

As vendas mesmas lojas devem ter crescimento de 0,3% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2022.

Dessa forma, a receita líquida deve ser R$ 6,7 bilhões, uma queda de 3,5% frente ao ano anterior.

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Margem da Casas Bahia deve derreter e ebitda será quase zero

Apesar da leitura de que o saldão de produtos deve trazer um efeito positivo para o faturamento da companhia, a margem bruta deve ser a grande penalizada no trimestre, com uma normalização apenas 2024.

A previsão da Genial é de um lucro bruto de R$ 1,6 bilhão (queda de 23,1% na comparação anual e 22,7% na trimestral) e uma margem bruta de 24,7%, o que vai representar uma queda de 600 pontos base na base anual e 390 pontos na base trimestral.

Em relação ao ebitda ajustado, por sua vez, o impacto negativo da margem bruta fará com que caia quase 91% no terceiro trimestre frente ao mesmo período de 2022, para R$ 36 milhões.

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Condições macro não ajudam resultados da Casas Bahia

A Genial ainda destacou que o filme do terceiro trimestre deste ano é muito parecido com o do segundo trimestre. 

O elevado nível de inadimplência das famílias combinado ao alto nível de taxa de juro e a menor concessão de crédito devem culminar em uma desaceleração do consumo no período.

Neste cenário, a categoria de móveis vai continuar a ser uma das principais detratoras de crescimento de vendas para empresas como a Casas Bahia e Magazine Luiza.

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Recomendação da Genial para as ações da Casas Bahia

Embora o balanço do trimestre ainda mostre sérias dificuldades, a Genial reiterou recomendação de manutenção (neutro) para as ações da varejista.

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Além disso, destacou que não houve sinalizações sobre a estruturação do fundo de investimento em direitos creditórios (FIDC) por meio do qual a Casas Bahia quer captar dinheiro.

Para os analistas, a notícia da estruturação do fundo em tempo hábil antes da Black Friday seria um gatilho positivo para a alavancagem operacional no quarto trimestre.

Porém, o preço-alvo de 12 meses para a ação da companhia foi reduzido para R$ 0,60, o que representa ainda um potencial de alta de 17,6% em relação ao fechamento de segunda-feira (6).

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