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Nubank mostra preocupação com ‘publicidade negativa’ e diz que Vélez recebeu a menor remuneração da diretoria em 2022

Cartão e app do Nubank

A preocupação do Nubank com publicidade negativa foi expressada no formulário 20-F, submetido ao regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos na noite de quinta-feira (20). O documento de 482 páginas traz detalhes da operação do Nubank no ano fiscal encerrado em 31 de dezembro de 2022.

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Além de citar um caso recente do que chamou de “especulação de mercado”, o Nubank aproveitou para revelar que o CEO e fundador, David Vélez, teve o menor salário da diretoria em 2022 - isso num ano em que a imagem da fintech foi arranhada pela revelação de um pacote de remuneração quase bilionário da diretoria.

No 20-F, a fintech especifica que teria se tornado alvo de publicidade negativa sobre seu braço de gestão de recursos em janeiro de 2023. Ainda que a empresa não tenha detalhado o caso, é possível deduzir que trata-se do caso de recuperação judicial da Americanas, que assolou o mercado no começo do ano.

Isto porque o fundo de renda fixa Nu Reserva Imediata, que a fintech indicava para reserva de emergência, começou a apresentar rentabilidade negativa devido a um investimento em debêntures da Americanas. O fundo sofreu resgates líquidos de mais de R$ 466 milhões em dois dias quando os cotistas notaram a queda. Aqui no Seu Dinheiro, a repórter Júlia Wiltgen seguiu de perto o assunto, como você pode ver aqui e aqui.

"Esta e qualquer futura publicidade negativa poderiam afetar nossa reputação e causar rupturas no negócio. Qualquer dano à reputação pode afetar o comportamento dos clientes e, como resultado, afetar material e adversamente nossos negócios, resultados operacionais, condição financeira e perspectivas futuras", afirma o Nubank no relatório. Confira a íntegra aqui.

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Poucos dias depois da polêmica envolvendo o Nu Reserva Imediata, o Nubank encerrou as atividades da área de Assessoria de Investimentos, o que resultou na demissão de pelo menos 40 pessoas.

Vélez teve a menor remuneração da diretoria do Nubank em 2022

Há um ano, a revelação de um pacote de remuneração altíssimo da diretoria do Nubank ganhou o noticiário pela discrepância com a média praticada pelas companhias de capital aberto no Brasil.

O formulário de referência do roxinho, protocolado na CVM, informava que os oito diretores teriam direito a um pagamento de R$ 804 milhões, ou seja, cerca de R$ 100 milhões para cada um. A título de comparação, o Itaú pagou, em média, R$ 14,4 milhões para cada diretor e o Bradesco R$ 9,2 milhões.

O espanto do mercado era justificado, afinal, o Nubank, até então, era uma empresa que sequer dava lucro, ao contrário dos grandes bancos.

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Posteriormente, o Nubank explicou que a remuneração tratava-se de um reconhecimento contábil de um programa de remuneração em ações chamado de Contingent Share Award (CSA). Nele, Vélez só teria direito efetivo à remuneração em ações se as metas estabelecidas no programa fossem atingidas. 

Por exemplo, se a ação do Nubank atingisse US$ 18,69 em Nova York — ou seja, mais que o triplo em relação ao preço atual —, Vélez receberia o equivalente a 1% do capital social da companhia.

Porém, em novembro do ano passado, Vélez decidiu encerrar o programa, o que gerou um reconhecimento único e não monetário de despesas de US$ 356 milhões no balanço do banco do quarto trimestre de 2022.

No 20-F publicado ontem, o Nubank informou que os dez diretores da fintech tiveram remuneração média de US$ 2,5 milhões ano passado, sendo que o maior pagamento foi de US$ 5,8 milhões. 

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Já o menor pagamento foi o de Vélez, de US$ 350,5 mil. Considerando o dólar Ptax de 30 de dezembro de 2022, a remuneração em reais seria de R$ 1.828.593,55.

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